As incertezas, na melhor das hipóteses, retardam nossos passos rumo ao objetivo que traçamos, quando não os inviabilizam. Daí a necessidade de nos informarmos, previamente, e o máximo possível, a respeito do que queremos, para estarmos certos da sua excelência e de que não se trata de simples miragem, de mera ilusão que, depois de alcançada, irá nos decepcionar. Nem tudo o que aparenta ser, de fato é. Muitas vezes, corremos atrás do que consideramos concreto e substancial que, na verdade, não passa de mera sombra, abstrata e fantasiosa. Claro que num mundo de mistérios e engodos, poucas são as certezas ao nosso alcance. O que não podemos é sair em busca de um ideal, qualquer que seja, tendo os passos tolhidos por incertezas. Se o fizermos, não chegaremos a lugar nenhum. Pelo contrário, nosso caminhar será como o de um bêbado: um passo para a frente, dois para trás. Vêm-me à mente, a propósito, estes versos de Guillaume Apollinaire: “Incerteza, oh que deleite!/vós e eu vamos/como se vão os caranguejos:/para trás, para trás”.
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