Saturday, June 06, 2009

Soneto à doce amada - XXV


Pedro J. Bondaczuk

Quando em meu quarto, silente e vazio,
à noite me recolho, tento, em vão,
olvidar minha imensa solidão,
meu desalento, tão amargo e frio...

Olho o seu retrato, bem junto à cama,
voltado pra mim no criado-mudo.
Num curto instante, me esqueço de tudo,
e no meu olhar lampeja uma chama...

Mas, logo em seguida, relembro a pena
injusta e brutal a que me condena
em cada dia a Vida e, qual de Ló

a esposa, que em estátua de sal
se tornou, as lágrimas de cristal
que verto, tornam-me imóvel e só!!

(Soneto composto em 11 de novembro de 1967 e publicado no "Jornal do ACP", de Paulínia, em 11 de julho de 1970).

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