O amor é o único sentimento que nos causa, quase que simultaneamente, o prazer dos prazeres, (ou seja, o êxtase), e a dor mais profunda e grave, capaz, até, de nos matar. Oscila, de uma condição a outra, com uma velocidade espantosa, que nos deixa aturdidos e sem reação. Ao contrário do que muitos pensam, nunca é igual, mas varia de intensidade, do grau um ao infinito. Por mais que tentemos, somos impotentes para expressar as sensações contraditórias que ele produz. Mas todos os que já passaram por essa experiência maravilhosa e inigualável, sabem o que ocorre, embora não consigam descrever. As palavras são pequenas demais, pobres, paupérrimas, minúsculas, ínfimas, para expressar sentimento tão grandioso. Luiz Vaz de Camões escreveu estes versos antológicos, que expressam, a caráter, essa impossibilidade de expressão face à pessoa amada: “Onde esperança falta, lá me esconde/amor um mal, que mata e não se vê;/que dias há que na alma me tem posto/um não sei quê, que nasce não sei onde/vem não sei como, e dói não sei por quê”. Lindos versos, não é verdade?
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