Sunday, June 21, 2009

REFLEXÂO DO DIA


Há ocasiões (e muitas) em que nos confrontamos com pessoas tão ignorantes, e além disso agressivas, que nos forçamos a nos calar diante do que dizem, mesmo que o teor de suas declarações seja, nitidamente, de despautérios e, não raro, a respeito de temas dos quais somos especialistas. E por que nos calamos e não nos impomos como conhecedores do assunto? Por medo? Por mera covardia? Não! Por constrangimento! Percebemos a inutilidade de falarmos qualquer coisa, que será, certamente, rebatida não com argumentos, mas com atitudes agressivas do infeliz interlocutor. Procuro evitar, quando posso, pessoas desse tipo. Não gosto de constranger ninguém e nem admito que me constranjam. Mas há ocasiões em que esses encontros são inevitáveis. E o constrangimento provoca reações até físicas, diante do tom de voz e da postura tensa e ameaçadora do interlocutor. Fica-nos uma sensação até mais desagradável do que a causada pelo medo. O editor alemão, R. Kempf, fez a seguinte constatação a respeito: “Não falar, não é apenas calar. O silêncio do constrangimento marca uma sujeição seja à voz do outro, seja às forças do corpo emocionado”.

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