É consenso medir-se a idade das pessoas pelo número de anos que viveram. Ou seja, por quantas folhinhas suas vidas já passaram. Discordo dessa maneira de medição. Prefiro uma forma mais condizente com a realidade. Minha idade, por exemplo, é a que sinto ter, independente dos anos que vivi. O que importa não é “quanto” se vive, mas “como”. O que conta é a postura, o interesse e o entusiasmo com que se encara o tempo. Há muitos jovens de 80 anos, em pleno vigor mental e intelectual, embora o físico possa estar debilitado. Em contrapartida, temos velhos caquéticos de 18 anos, entediados, lamurientos e preguiçosos, que pensam apenas em descanso, embora sequer tivessem tempo de se cansar. São de Mário Quintana, do seu “Pequeno poema didático”, estes sábios e expressivos versos: “O tempo é indivisível. Dize,/qual o sentido do calendário?/Tombam as folhas e fica a árvore,/contra o vento incerto e vário”.
1 comment:
Olá, Pedro!!Vi um texto seu no comunique-se, e resolvi visitar seu blog.Você escreves muito bem, parabéns!!!
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