Entre os pensamentos, sentimentos e emoções que temos e sua expressão há um abismo tão grande quanto o diâmetro da Via Láctea. Palavras são frágeis, fragílimas, precárias para expressar a grandeza e a intensidade do que pensamos e sentimos. Atos, nesses casos, são mais eficazes, mas dependem de interpretações alheias, que quase nunca são corretas e justas. Há pessoas que têm o dom da palavra e conseguem manifestar, posto que de forma tosca, pálidos “reflexos” do que sentem e pensam. A maioria, porém, frustra-se diante da impotência de se exprimir de forma inteligível e sem ambigüidades. Estou, pois, em situação idêntica à de Fernando Pessoa, quando escreveu: “Tenho pensamentos que, pudesse eu trazê-los à luz e dar-lhes vida, emprestariam nova leveza às estrelas, nova beleza ao mundo, e maior amor no coração dos homens”. Continuarei, claro, tentando exprimi-los. Isto mesmo forçado a admitir minha incapacidade de atingir e devassar os corações.
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