Há pessoas que quando chegam à velhice, olham para trás, com nostalgia e frustração, e constatam que tudo o que sonharam ou fizeram se perdeu. Suas obras, sonhos e realizações tornaram-se cinzas, ou, pelo menos, é o que acham que aconteceu. Não é a atitude mais correta e mais sensata a se tomar, pois ela só traz sofrimentos e mágoas. Defendo que a vida deva ser vivida até o último segundo e com intensidade e interesse. As revisões são inúteis e devem caber às gerações vindouras. Se o que fizemos foi, de fato, consistente, permanecerá para sempre. Se nossas obras não tiverem consistência, ainda teremos oportunidade, até o derradeiro sopro de vida, de corrigi-las, melhorá-las ou até substituí-las. Mas o que importa é a intensidade com que se viveu. Nada mais tem qualquer importância, mesmo que relutemos em admitir. Mário Quintana indaga, a propósito: “Que importa restarem cinzas se a chama foi bela e alta?”
No comments:
Post a Comment