Temos o mau-hábito de criar monstros imaginários e de superestimar perigos que eventualmente nos ameaçam, lhes dando dimensões que, na verdade, quase nunca têm. Povoamos a mente de feras, fantasmas e dragões, em detrimento de alegrias e satisfações. Não raro, o que nos apavora na verdade se apavora conosco, achando que nós é que somos o perigo. Quando se trata de pessoas, às vezes o que aparenta nelas ser ameaça, não é mais do que um pedido de socorro, que interpretamos de forma errada. O poeta Rainer-Marie Rilke pondera a propósito: “Todos os dragões da nossa vida são, talvez, princesas que esperam nos ver, um dia, belos e corajosos. Todas as coisas aterradoras não são mais, talvez, do que coisas indefesas que esperam que as socorramos”. Estejamos atentos, pois, para encararmos monstros imaginários com o devido enfoque, evitando apreensões e sofrimentos inúteis, para nós e/ou para os que nos rodeiam.
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