Pedro J. Bondaczuk
(Fotos: Arquivo e site Alagoas 24 horas)
PRIMEIRO TROPEÇO FORA DE CASA
A Ponte Preta sofreu, terça-feira, seu primeiro tropeço no Campeonato Brasileiro da Série B, ao perder para o CRB, no Estádio Rei Pelé, de Maceió, por 1 a 0. Embora a derrota tenha sido conseqüência de um gol que classifico de “acidental”, o time não repetiu as razoáveis atuações anteriores, notadamente nos segundos tempos, e voltou de Alagoas com um resultado desfavorável, mas que não é nenhuma tragédia. O jogo foi igual, monótono, chato até. A equipe alagoana é fraca, em termos técnicos e limitou-se a se defender e contra-atacar. Denis, que havia sido o grande destaque pontepretano nos três primeiros confrontos, praticamente foi mero espectador, em especial no segundo tempo. A Ponte Preta, porém, não soube sair da marcação adversária e quase não chutou a gol. E quem não chuta... Mais uma vez, a dupla Beto e Roger deixou muito a desejar e foi de uma inoperância a toda a prova. Os alas até que foram bem, mas seus cruzamentos encontraram, invariavelmente, a zaga adversária muito bem postada. Acho normais essas oscilações da equipe, levando em conta a falta de entrosamento. Ainda há jogadores chegando e Andrezinho sequer estreou. Os próximos quatro adversários da Ponte são paulistas e acredito que o time tem tudo para disparar na tabela e consolidar uma classificação no grupo dos quatro. Muita água ainda vai rolar até novembro. E põe muita nisso.
DEFESA EFICIENTE
A Ponte Preta contou com uma defesa das mais eficientes, ontem, no Rio de Janeiro. Calma, leitor, não estou enganado. Sei que o time não jogou ontem e muito menos na Cidade Maravilhosa, que, aliás, não tem representante algum na Série B. Refiro-me à defesa do advogado Gustavo Cavalcante na 3ª Comissão Disciplinar do STJD, no julgamento do atacante Roger, do técnico Nelsinho Baptista (também expulso na partida contra o Gama) e do próprio clube, por não haver pago, naquela oportunidade, a taxa de arbitragem. Como se nota, aquele jogo, embora vencido na raça pela Macaca, tinha tudo para trazer resultados desastrosos para a Macaca. Tinha. Felizmente, graças à competência da nossa defesa, não trouxe. O atleta, por exemplo, corria o risco de pegar uma suspensão de 180 a 540 dias, por suposta agressão ao auxiliar de linha. Pegou, somente, quatro jogos, um dos quais já cumpriu. E Nelsinho e a própria Ponte Preta foram simplesmente absolvidos das acusações que lhes foram feitas pelo árbitro. É um fato a ser ressaltado, pois é uma raridade o clube sair tão bem na justiça desportiva. Por isso, é algo a ser comemorado como se fosse uma vitória em campo. Ufa! Espantamos as aves de mau agouro que rondavam o Majestoso.
PROSSEGUE A NOVELA
A novela da contratação de um (ou dois atacantes), para suprir a ausência de Finazzi, prossegue pelos lados do Majestoso. O nome de Ricardinho pode ser descartado, já que foi emprestado para um clube da Ásia. A vinda de Alex Terra, por seu turno, está na dependência de liberação do atleta por parte do Fluminense, dono do seu passe. Entre a Ponte Preta e o jogador, está tudo acertado. Mas o desafio do Tiãozinho (e demais diretores) é o de trazer para o Moisés Lucarelli o centro-avante que seria o ideal para o time no Campeonato Brasileiro: Otacílio Neto. As chances de sucesso nas negociações aumentaram depois que o Corinthians desistiu de levar o bom atacante para o Parque São Jorge. O Noroeste quer alguma compensação financeira para liberá-lo, mas acredito num acordo. Não há, destaque-se, jogadores com as características que precisamos sobrando no mercado. Pelo contrário. Vários clubes, considerados “bichos-papões” da Série A, não têm atacantes natos e estão tendo que se virar com meias. Posso me equivocar, mas acredito que o centro-avante titular da Ponte Preta, na seqüência da Série B, será, mesmo, o Otacílio Neto. É mera questão de palpite, de “feeling”, de intuição.
CANHOTINHA DE OURO
Está chegando ao Moisés Lucarelli aquele armador criativo, canhoto, que chama a responsabilidade do jogo e, além de tudo, é ótimo cobrador de faltas. Trata-se de Marcinho Guerreiro (não confundir com o volantão que defendeu o Palmeiras e que foi negociado com um clube do exterior), cujo passe pertence ao Cruzeiro, mas que defendeu, até recentemente, o Vila Nova, de Nova Lima, Minas Gerais. Potencial o garoto tem. Caso jogue o que de fato sabe, em pouco tempo cairá no gosto da torcida e ganhará a camisa de titular. Com a vinda de Marcinho, passaremos a contar com três excelentes cobradores de faltas (o que há muito não tínhamos): ele e os alas Júlio César e Andrezinho. Como pontepretano apaixonado que sou (e nunca escondi isso de ninguém), dou as boas-vindas (e desejo toda a sorte do mundo) ao jovem atleta, que tem tudo para se destacar com a gloriosa camisa alvinegra e nos dar muitas alegrias. Amém!!!
PREVALECEU A RAÇA DO GRÊMIO
Mesmo sem jogar uma partida brilhante, em termos técnicos, o Grêmio Porto-alegrense deu, ontem, um importante passo para chegar às finais da Copa Libertadores da América, ao derrotar o Santos, no Estádio Olímpico, por 2 a 0. “Então a fatura está liquidada?”, perguntará o leitor. Eu diria: “quase”. Os comandados de Wanderley Luxemburgo terão, na próxima quarta-feira, na Vila Belmiro, o desafio de construir um placar igual ao de ontem, para levar a decisão para os penais, ou fazer três gols e não sofrer nenhum para eliminar o tricolor gaúcho e conquistar a tão sonhada vaga. Tarefa difícil? Sem dúvida! Impossível? De jeito algum! O Grêmio não é nenhum timão, desses difíceis de serem batidos. É verdade que tem uma garra impressionante e uma defesa bastante sólida. Ademais, o Santos, de uns tempos a esta parte, desde o final do Campeonato Paulista, vem mostrando uma fragilidade ofensiva de causar preocupação à sua enorme torcida. Mas em futebol, tudo pode acontecer. Quem se classificar, irá enfrentar, na finalíssima, ou o Boca Juniors, ou o Deportivo Cucuta, da Colômbia. Uma pedreira, sem dúvida, qualquer que seja o adversário.
PASSO DE GIGANTE
O jovem time do Figueirense, comandado pelo polêmico, mas competente Mário Sérgio (que um dia vestiu a gloriosa camisa da Ponte Preta, recorde-se), deu um passo de gigante, ontem, no Maracanã, para o maior feito da sua história, a conquista da Copa do Brasil, ao empatar com o Fluminense, por 1 a 1. No jogo da volta, basta, apenas, não tomar nenhum gol, para levantar a taça e partir para o abraço. Mesmo que não tenha êxito, só o fato de chegar tão longe na competição é motivo de comemoração da sua torcida. O Figueirense deu vexame no recente Campeonato Catarinense. Sua diretoria não teve dúvidas: reformulou o plantel, dando chances a jogadores jovens e voluntariosos. Para comandá-los, trouxe uma “raposa” (no bom sentido) do futebol brasileiro: Mário Sérgio Pontes de Paiva. Foi um casamento perfeito e feliz. Quem assistiu o jogo de ontem, pôde ver um Figueirense concentrado, com uma obediência tática incomum, que por pouco, muito pouco, saiu com a vitória do Rio de Janeiro. Fiquei impressionado com o time catarinense e não será nenhuma surpresa se confirmar, na próxima quarta-feira, o título, em Florianópolis, com uma excelente vitória. Mas não está nada decidido. Bastará um simples 1 a 0 para o tricolor carioca levar a taça para o Rio.
RESPINGOS...
· Paulo César Carpegiani, aos poucos, vai impondo a sua filosofia de jogo no Corinthians. O alvinegro do Parque São Jorge ainda não levou um único gol no Campeonato Brasileiro. Recorde-se que a Seleção Paraguaia, sob o comando desse bom treinador, sofreu apenas um gol (diante da campeã França), na Copa do Mundo de 1998, quando conquistou um honroso e histórico 4º lugar.
· Dunga, técnico da Seleção Brasileira, e Kaká, o principal jogador do mundo na atualidade, trocaram farpas, ontem, em Londres, sobre o pedido do atleta de ser dispensado da Copa América.
· O Palmeiras ficará um tempão sem o seu principal astro, Valdívia, que vai servir à seleção chilena na Copa América. Como será que o técnico Caio Junior vai se virar sem o craque do time? Sem dúvida, é um indigesto pepino a descascar.
· O ataque do São Paulo há já um bom tempo não funciona. Dagoberto, a grande esperança ofensiva tricolor, cisca, cisca, mas de útil não tem produzido nada.
· Fiquem de olho no Botafogo. Pelo que apresentou, até aqui, o time comandado por Cuca desponta como sério candidato à conquista do Campeonato Brasileiro deste ano, embora ainda seja muito cedo para prognósticos do tipo.
* E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.
pedrojbk@hotmail.com
(Fotos: Arquivo e site Alagoas 24 horas)
PRIMEIRO TROPEÇO FORA DE CASA
A Ponte Preta sofreu, terça-feira, seu primeiro tropeço no Campeonato Brasileiro da Série B, ao perder para o CRB, no Estádio Rei Pelé, de Maceió, por 1 a 0. Embora a derrota tenha sido conseqüência de um gol que classifico de “acidental”, o time não repetiu as razoáveis atuações anteriores, notadamente nos segundos tempos, e voltou de Alagoas com um resultado desfavorável, mas que não é nenhuma tragédia. O jogo foi igual, monótono, chato até. A equipe alagoana é fraca, em termos técnicos e limitou-se a se defender e contra-atacar. Denis, que havia sido o grande destaque pontepretano nos três primeiros confrontos, praticamente foi mero espectador, em especial no segundo tempo. A Ponte Preta, porém, não soube sair da marcação adversária e quase não chutou a gol. E quem não chuta... Mais uma vez, a dupla Beto e Roger deixou muito a desejar e foi de uma inoperância a toda a prova. Os alas até que foram bem, mas seus cruzamentos encontraram, invariavelmente, a zaga adversária muito bem postada. Acho normais essas oscilações da equipe, levando em conta a falta de entrosamento. Ainda há jogadores chegando e Andrezinho sequer estreou. Os próximos quatro adversários da Ponte são paulistas e acredito que o time tem tudo para disparar na tabela e consolidar uma classificação no grupo dos quatro. Muita água ainda vai rolar até novembro. E põe muita nisso.
DEFESA EFICIENTE
A Ponte Preta contou com uma defesa das mais eficientes, ontem, no Rio de Janeiro. Calma, leitor, não estou enganado. Sei que o time não jogou ontem e muito menos na Cidade Maravilhosa, que, aliás, não tem representante algum na Série B. Refiro-me à defesa do advogado Gustavo Cavalcante na 3ª Comissão Disciplinar do STJD, no julgamento do atacante Roger, do técnico Nelsinho Baptista (também expulso na partida contra o Gama) e do próprio clube, por não haver pago, naquela oportunidade, a taxa de arbitragem. Como se nota, aquele jogo, embora vencido na raça pela Macaca, tinha tudo para trazer resultados desastrosos para a Macaca. Tinha. Felizmente, graças à competência da nossa defesa, não trouxe. O atleta, por exemplo, corria o risco de pegar uma suspensão de 180 a 540 dias, por suposta agressão ao auxiliar de linha. Pegou, somente, quatro jogos, um dos quais já cumpriu. E Nelsinho e a própria Ponte Preta foram simplesmente absolvidos das acusações que lhes foram feitas pelo árbitro. É um fato a ser ressaltado, pois é uma raridade o clube sair tão bem na justiça desportiva. Por isso, é algo a ser comemorado como se fosse uma vitória em campo. Ufa! Espantamos as aves de mau agouro que rondavam o Majestoso.
PROSSEGUE A NOVELA
A novela da contratação de um (ou dois atacantes), para suprir a ausência de Finazzi, prossegue pelos lados do Majestoso. O nome de Ricardinho pode ser descartado, já que foi emprestado para um clube da Ásia. A vinda de Alex Terra, por seu turno, está na dependência de liberação do atleta por parte do Fluminense, dono do seu passe. Entre a Ponte Preta e o jogador, está tudo acertado. Mas o desafio do Tiãozinho (e demais diretores) é o de trazer para o Moisés Lucarelli o centro-avante que seria o ideal para o time no Campeonato Brasileiro: Otacílio Neto. As chances de sucesso nas negociações aumentaram depois que o Corinthians desistiu de levar o bom atacante para o Parque São Jorge. O Noroeste quer alguma compensação financeira para liberá-lo, mas acredito num acordo. Não há, destaque-se, jogadores com as características que precisamos sobrando no mercado. Pelo contrário. Vários clubes, considerados “bichos-papões” da Série A, não têm atacantes natos e estão tendo que se virar com meias. Posso me equivocar, mas acredito que o centro-avante titular da Ponte Preta, na seqüência da Série B, será, mesmo, o Otacílio Neto. É mera questão de palpite, de “feeling”, de intuição.
CANHOTINHA DE OURO
Está chegando ao Moisés Lucarelli aquele armador criativo, canhoto, que chama a responsabilidade do jogo e, além de tudo, é ótimo cobrador de faltas. Trata-se de Marcinho Guerreiro (não confundir com o volantão que defendeu o Palmeiras e que foi negociado com um clube do exterior), cujo passe pertence ao Cruzeiro, mas que defendeu, até recentemente, o Vila Nova, de Nova Lima, Minas Gerais. Potencial o garoto tem. Caso jogue o que de fato sabe, em pouco tempo cairá no gosto da torcida e ganhará a camisa de titular. Com a vinda de Marcinho, passaremos a contar com três excelentes cobradores de faltas (o que há muito não tínhamos): ele e os alas Júlio César e Andrezinho. Como pontepretano apaixonado que sou (e nunca escondi isso de ninguém), dou as boas-vindas (e desejo toda a sorte do mundo) ao jovem atleta, que tem tudo para se destacar com a gloriosa camisa alvinegra e nos dar muitas alegrias. Amém!!!
PREVALECEU A RAÇA DO GRÊMIO
Mesmo sem jogar uma partida brilhante, em termos técnicos, o Grêmio Porto-alegrense deu, ontem, um importante passo para chegar às finais da Copa Libertadores da América, ao derrotar o Santos, no Estádio Olímpico, por 2 a 0. “Então a fatura está liquidada?”, perguntará o leitor. Eu diria: “quase”. Os comandados de Wanderley Luxemburgo terão, na próxima quarta-feira, na Vila Belmiro, o desafio de construir um placar igual ao de ontem, para levar a decisão para os penais, ou fazer três gols e não sofrer nenhum para eliminar o tricolor gaúcho e conquistar a tão sonhada vaga. Tarefa difícil? Sem dúvida! Impossível? De jeito algum! O Grêmio não é nenhum timão, desses difíceis de serem batidos. É verdade que tem uma garra impressionante e uma defesa bastante sólida. Ademais, o Santos, de uns tempos a esta parte, desde o final do Campeonato Paulista, vem mostrando uma fragilidade ofensiva de causar preocupação à sua enorme torcida. Mas em futebol, tudo pode acontecer. Quem se classificar, irá enfrentar, na finalíssima, ou o Boca Juniors, ou o Deportivo Cucuta, da Colômbia. Uma pedreira, sem dúvida, qualquer que seja o adversário.
PASSO DE GIGANTE
O jovem time do Figueirense, comandado pelo polêmico, mas competente Mário Sérgio (que um dia vestiu a gloriosa camisa da Ponte Preta, recorde-se), deu um passo de gigante, ontem, no Maracanã, para o maior feito da sua história, a conquista da Copa do Brasil, ao empatar com o Fluminense, por 1 a 1. No jogo da volta, basta, apenas, não tomar nenhum gol, para levantar a taça e partir para o abraço. Mesmo que não tenha êxito, só o fato de chegar tão longe na competição é motivo de comemoração da sua torcida. O Figueirense deu vexame no recente Campeonato Catarinense. Sua diretoria não teve dúvidas: reformulou o plantel, dando chances a jogadores jovens e voluntariosos. Para comandá-los, trouxe uma “raposa” (no bom sentido) do futebol brasileiro: Mário Sérgio Pontes de Paiva. Foi um casamento perfeito e feliz. Quem assistiu o jogo de ontem, pôde ver um Figueirense concentrado, com uma obediência tática incomum, que por pouco, muito pouco, saiu com a vitória do Rio de Janeiro. Fiquei impressionado com o time catarinense e não será nenhuma surpresa se confirmar, na próxima quarta-feira, o título, em Florianópolis, com uma excelente vitória. Mas não está nada decidido. Bastará um simples 1 a 0 para o tricolor carioca levar a taça para o Rio.
RESPINGOS...
· Paulo César Carpegiani, aos poucos, vai impondo a sua filosofia de jogo no Corinthians. O alvinegro do Parque São Jorge ainda não levou um único gol no Campeonato Brasileiro. Recorde-se que a Seleção Paraguaia, sob o comando desse bom treinador, sofreu apenas um gol (diante da campeã França), na Copa do Mundo de 1998, quando conquistou um honroso e histórico 4º lugar.
· Dunga, técnico da Seleção Brasileira, e Kaká, o principal jogador do mundo na atualidade, trocaram farpas, ontem, em Londres, sobre o pedido do atleta de ser dispensado da Copa América.
· O Palmeiras ficará um tempão sem o seu principal astro, Valdívia, que vai servir à seleção chilena na Copa América. Como será que o técnico Caio Junior vai se virar sem o craque do time? Sem dúvida, é um indigesto pepino a descascar.
· O ataque do São Paulo há já um bom tempo não funciona. Dagoberto, a grande esperança ofensiva tricolor, cisca, cisca, mas de útil não tem produzido nada.
· Fiquem de olho no Botafogo. Pelo que apresentou, até aqui, o time comandado por Cuca desponta como sério candidato à conquista do Campeonato Brasileiro deste ano, embora ainda seja muito cedo para prognósticos do tipo.
* E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.
pedrojbk@hotmail.com