Saturday, August 07, 2010




Soneto à doce amada - LXXXII

Pedro J. Bondaczuk

Saiba, amada, que o fluido tempo passa
velado e veloz, como o abstrato vento,
e sepulta emoções e o pensamento,
os risos, tristezas, o charme e a graça.

Tudo passa, pois nada é permanente,
esta é nossa única certeza,
e o tempo suprime toda a beleza
e, um dia, até, também suprime a gente.

Pouco importa a nossa perseverança,
defeitos ou nossa capacidade,
nossas virtudes e nossa esperança.

Glórias, riquezas, não têm validade
pois somos eternos só na lembrança,
vivemos pra sempre só na saudade.

(Soneto composto em Campinas em 17 de outubro de 1976).

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