Grupo renovado
Pedro J. Bondaczuk
Pedro J. Bondaczuk
O grupo brasileiro, convocado para a disputa da Copa do Mundo de 1978, foi bastante renovado em relação ao de 1974, a começar pelo técnico. Nas eliminatórias, sobre as quais discorrerei na sequência, a Seleção foi comandada pelo até lendário Osvaldo Brandão, que fez enorme sucesso nos principais clubes de São Paulo, principalmente no Corinthians, time que tirou de um jejum de títulos de 23 anos, conquistando o Campeonato Paulista de 1977.
Ele, porém, não resistiu às pressões e renunciou ao cargo, após o empate do Brasil com a Colômbia, na altitude de Bogotá, por 0 a 0. Os colombianos, na ocasião, ainda eram considerados muito fracos e vencê-los era colocado sempre como obrigação para os brasileiros.
Com a saída de Brandão, vários nomes foram cogitados para substituí-lo, notadamente do eixo Rio-São Paulo. A opção, porém, recaiu sobre quem já tinha experiência em Copas do Mundo, embora não como treinador, mas como preparador físico.
Cláudio Coutinho, o escolhido, era um aplicado estudioso do futebol. Conhecia táticas de jogo como poucos e era um sujeito sério, esforçado e trabalhador. Além disso, contava com um excelente supervisor, experiente e vivido no mundo da bola: Mário Travaglini. A preparação física estava entregue a um trio de respeito: Sebastião Araujo, Raul Carlesso e Kleber Camerino. Era, como se vê, uma comissão técnica das melhores.
O grupo, reitero, foi radicalmente renovado. Tinha uma porção de caras novas (na verdade, a maioria dos 23 inscritos na Fifa). Só quatro jogadores remanescentes da Copa da Alemanha foram convocados: o goleiro Leão; o lateral-direito Nelinho e os meios campistas Rivelino e Dirceu. Os demais, eram todos estreantes em Mundiais.
Campinas, na ocasião, era uma espécie de capital nacional do futebol, posto que informal. Era chamada dessa forma pela imprensa de todo o País em decorrência da qualidade técnica dos atletas dos seus dois times e do sucesso que ambos faziam nos campeonatos que disputavam. Claro que lembro isso com indisfarçável orgulho. E não é para ter?!
O pitoresco era que, o Guarani, campeão brasileiro de 1978, cedeu só um jogador para a Seleção, o quarto-zagueiro Amaral, que seria, mais tarde, negociado com o Corinthians. Já da Ponte Preta, vice-campeão paulista de 1977, foram convocados três excepcionais atletas: o goleiro Carlos e a dupla de zaga, Oscar e Polozzi. Mas Valdir Perez e o meio campista Chicão haviam jogado na Macaca campineira. Portanto, ela contribuía, na verdade, com cinco jogadores para a Seleção.
O grande craque da época, jogador que desequilibrava, comparável a Tostão e a Pelé, sobre quem recaíam todas as esperanças e expectativas da imprensa e da torcida, era um sujeito franzino, baixinho, mas que jogava demais: Zico, ídolo eterno do Flamengo.
O futebol, não raro, é injusto e, sobretudo, cruel. Pune seus gênios, sem que eles tenham feito nada de errado para serem punidos. Faz com que jogadores de extremo talento e capacidade técnica, como o citado Zico, como Zizinho, Julinho, Sócrates, Falcão, Cerezzo e Junior, nunca tenham a alegria de erguer uma copa do mundo. Enquanto isso, outros tantos, que foram apenas “comuns”, tiveram esse privilégio.
Ainda assim, esses gênios da bola não são esquecidos pelos que amam esse fascinante esporte das multidões. Marcam seus nomes, de forma indelével, na história do futebol, por sua competência e pela vitoriosa trajetória que tiveram nos clubes que defenderam.
Os convocados por Cláudio Coutinho para a Copa do Mundo de 1978 foram:
Goleiros: Leão (Palmeiras), Carlos (Ponte Preta) e Valdir Perez (São Paulo).
Zagueiros: Toninho (Fluminense), Nelinho (Cruzeiro), Oscar (Ponte Preta), Abel (Vasco, hoje vitorioso técnico, que já foi campeão mundial de clubes pelo Internacional de Porto Alegre e que atua no Qatar), Polozzi (Ponte Preta), Amaral (Guarani), Edinho (Fluminense) e Rodrigues Neto (Flamengo).
Meio de campo: Toninho Cerezzo (Atlético Mineiro), Chicão (São Paulo), Rivelino (Corinthians), Dirceu (Coritiba) e Batista (Internacional).
Atacantes: Gil (Fluminense), Jorge Mendonça (Palmeiras), Zico (Flamengo), Roberto (Vasco), Reinaldo (Atlético Mineiro) e Zé Sérgio (São Paulo).
Como se observa, tratava-se de uma seleção renovada, de enorme talento, de imensa capacidade técnica, uma das melhores já formadas em todos os tempos, que só não foi campeã por causa das inúmeras “armações” para impedir seu sucesso.
Os que me contestam (e não são poucos), me chamam de bairrista (na verdade, sou observador e tenho honestidade intelectual , só isso). Esbanjam retórica, mas não apresentam fatos. Eu, da minha parte, corroboro minhas afirmações citando episódios concretos, ocorrências bizarras (seriam só bizarrices?) que distorceram o resultado final da competição, como certamente farei na sequência dessas reminiscências.
Ele, porém, não resistiu às pressões e renunciou ao cargo, após o empate do Brasil com a Colômbia, na altitude de Bogotá, por 0 a 0. Os colombianos, na ocasião, ainda eram considerados muito fracos e vencê-los era colocado sempre como obrigação para os brasileiros.
Com a saída de Brandão, vários nomes foram cogitados para substituí-lo, notadamente do eixo Rio-São Paulo. A opção, porém, recaiu sobre quem já tinha experiência em Copas do Mundo, embora não como treinador, mas como preparador físico.
Cláudio Coutinho, o escolhido, era um aplicado estudioso do futebol. Conhecia táticas de jogo como poucos e era um sujeito sério, esforçado e trabalhador. Além disso, contava com um excelente supervisor, experiente e vivido no mundo da bola: Mário Travaglini. A preparação física estava entregue a um trio de respeito: Sebastião Araujo, Raul Carlesso e Kleber Camerino. Era, como se vê, uma comissão técnica das melhores.
O grupo, reitero, foi radicalmente renovado. Tinha uma porção de caras novas (na verdade, a maioria dos 23 inscritos na Fifa). Só quatro jogadores remanescentes da Copa da Alemanha foram convocados: o goleiro Leão; o lateral-direito Nelinho e os meios campistas Rivelino e Dirceu. Os demais, eram todos estreantes em Mundiais.
Campinas, na ocasião, era uma espécie de capital nacional do futebol, posto que informal. Era chamada dessa forma pela imprensa de todo o País em decorrência da qualidade técnica dos atletas dos seus dois times e do sucesso que ambos faziam nos campeonatos que disputavam. Claro que lembro isso com indisfarçável orgulho. E não é para ter?!
O pitoresco era que, o Guarani, campeão brasileiro de 1978, cedeu só um jogador para a Seleção, o quarto-zagueiro Amaral, que seria, mais tarde, negociado com o Corinthians. Já da Ponte Preta, vice-campeão paulista de 1977, foram convocados três excepcionais atletas: o goleiro Carlos e a dupla de zaga, Oscar e Polozzi. Mas Valdir Perez e o meio campista Chicão haviam jogado na Macaca campineira. Portanto, ela contribuía, na verdade, com cinco jogadores para a Seleção.
O grande craque da época, jogador que desequilibrava, comparável a Tostão e a Pelé, sobre quem recaíam todas as esperanças e expectativas da imprensa e da torcida, era um sujeito franzino, baixinho, mas que jogava demais: Zico, ídolo eterno do Flamengo.
O futebol, não raro, é injusto e, sobretudo, cruel. Pune seus gênios, sem que eles tenham feito nada de errado para serem punidos. Faz com que jogadores de extremo talento e capacidade técnica, como o citado Zico, como Zizinho, Julinho, Sócrates, Falcão, Cerezzo e Junior, nunca tenham a alegria de erguer uma copa do mundo. Enquanto isso, outros tantos, que foram apenas “comuns”, tiveram esse privilégio.
Ainda assim, esses gênios da bola não são esquecidos pelos que amam esse fascinante esporte das multidões. Marcam seus nomes, de forma indelével, na história do futebol, por sua competência e pela vitoriosa trajetória que tiveram nos clubes que defenderam.
Os convocados por Cláudio Coutinho para a Copa do Mundo de 1978 foram:
Goleiros: Leão (Palmeiras), Carlos (Ponte Preta) e Valdir Perez (São Paulo).
Zagueiros: Toninho (Fluminense), Nelinho (Cruzeiro), Oscar (Ponte Preta), Abel (Vasco, hoje vitorioso técnico, que já foi campeão mundial de clubes pelo Internacional de Porto Alegre e que atua no Qatar), Polozzi (Ponte Preta), Amaral (Guarani), Edinho (Fluminense) e Rodrigues Neto (Flamengo).
Meio de campo: Toninho Cerezzo (Atlético Mineiro), Chicão (São Paulo), Rivelino (Corinthians), Dirceu (Coritiba) e Batista (Internacional).
Atacantes: Gil (Fluminense), Jorge Mendonça (Palmeiras), Zico (Flamengo), Roberto (Vasco), Reinaldo (Atlético Mineiro) e Zé Sérgio (São Paulo).
Como se observa, tratava-se de uma seleção renovada, de enorme talento, de imensa capacidade técnica, uma das melhores já formadas em todos os tempos, que só não foi campeã por causa das inúmeras “armações” para impedir seu sucesso.
Os que me contestam (e não são poucos), me chamam de bairrista (na verdade, sou observador e tenho honestidade intelectual , só isso). Esbanjam retórica, mas não apresentam fatos. Eu, da minha parte, corroboro minhas afirmações citando episódios concretos, ocorrências bizarras (seriam só bizarrices?) que distorceram o resultado final da competição, como certamente farei na sequência dessas reminiscências.
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