Classificação sofrida
Pedro J. Bondaczuk
A Seleção Brasileira teve imensas dificuldades para obter classificação para as quartas de final da Copa do Mundo de 1974, na Alemanha. O ponto falho foi sua linha ofensiva, que conseguiu marcar somente três gols nessa etapa e, no mundial inteiro, apenas seis, em sete partidas, com média inferior a um por jogo.
Evidenciava-se, pois, a falta que faziam jogadores como Pelé e Tostão. Além do que, Jairzinho que havia sido destaque em 1970, não estava em boa fase e, assediado pelo Olimpique de Marselha, só pensava no contrato milionário que assinaria com o clube francês.
Zagallo tinha ao seu dispor artilheiros notáveis, que se cansavam de fazer gols nos campeonatos domésticos, como Mirandinha, César, Leivinha e Paulo César Caju. Mas, na Seleção... Nessa Copa ficaram devendo.
O Brasil estreou na competição em 13 de junho, no Wald Stadium de Frankfurt, com arbitragem do suíço Rudolf Scherer. O adversário tinha um estilo de jogo semelhante ao nosso. Era tido, por sinal, como o time mais sul-americano da Europa. Tratava-se da Iugoslávia (hoje desmembrada em oito países). Sua própria imprensa apelidara-a de “Brasil dos Bálcãs”, tão parecido com o nosso era o seu modo de jogar.
Zagallo mandou a campo os seguintes jogadores: Leão, Nelinho, Luís Pereira, Marinho Perez e Marinho Chagas; Piazza, Rivelino e Paulo César Caju; Valdomiro, Jairzinho e Leivinha. Nosso treinador resolveu não fazer nenhuma substituição. Os onze que começaram jogando terminaram a partida que terminou em 0 a 0.
O adversário seguinte foi a Escócia, que ocupava a primeira colocação do grupo após derrotar o Zaire por 2 a 0. O jogo foi realizado também em Frankfurt, com arbitragem do holandês Arie van Gemert. Zagallo alterou o ataque em relação à estreia. Mirandinha entrou como centroavante, com Jairzinho passando para a ponta direita no lugar de Valdomiro.
No segundo tempo, Paulo César Carpegiani substituiu Leivinha, mas foi jogar no meio de campo, com Caju passando a atuar como atacante. Nada disso, porém, deu resultado. O Brasil disputou uma partida burocrática e sem imaginação, por isso não conseguiu furar a retranca escocesa e a disputa terminou, de novo, em 0 a 0.
A esta altura, a Seleção Brasileira estava em maus lençóis. Tinha apenas dois pontos ganhos em duas partidas, enquanto a Escócia e a Iugoslávia (que fizera 9 a 0 no Zaire), estavam com quatro. Teríamos que fazer, no mínimo, três gols na seleção africana e torcer, ainda, por um empate entre escoceses e iugoslavos.
Nosso ataque, porém, estava irritante. Sequer chutava a gol. Esse jogo foi disputado em 22 de junho no Park Stadium em Gelsenkirchen. É verdade que o Zaire era fraquíssimo. Tínhamos condições de construir o marcador que precisávamos. Mas nosso adversário estava fazendo história, como a primeira equipe da África a chegar a um mundial.
Zagallo voltou a mexer no ataque, agora formado por Jairzinho, Leivinha e Edu. O tempo foi passando, e nada de sair o primeiro gol brasileiro na Copa de 1970. Até que Jairzinho (ufa!) balançou as redes adversárias. O primeiro tempo terminou com 1 a 0 para o Brasil. Ainda faltavam, porém, dois gols (e isso se Iugoslávia e Escócia empatassem), para a classificação.
No reinício do jogo, Rivelino fez o segundo. Aí, o sofrimento até aumentou. O Brasil martelava, martelava, martelava, e nada. Zagallo, em desespero, tirou Leivinha e colocou Valdomiro. E sua “estrela” brilhou. Foi justamente o ponta direita do Internacional de Porto Alegre que fez o gol salvador. E foi um bastante parecido com o que Barbosa tomou de Gigghia, do Uruguai, na Copa de 1950.
Nosso atacante chutou sem ângulo, mas a bola, caprichosamente, entrou entre o poste direito e o goleiro zairense. Ufa! Estávamos salvos! O(s iugoslavos e escoceses não saíram de um providencial (para nós) 1 a 1.
Pedro J. Bondaczuk
A Seleção Brasileira teve imensas dificuldades para obter classificação para as quartas de final da Copa do Mundo de 1974, na Alemanha. O ponto falho foi sua linha ofensiva, que conseguiu marcar somente três gols nessa etapa e, no mundial inteiro, apenas seis, em sete partidas, com média inferior a um por jogo.
Evidenciava-se, pois, a falta que faziam jogadores como Pelé e Tostão. Além do que, Jairzinho que havia sido destaque em 1970, não estava em boa fase e, assediado pelo Olimpique de Marselha, só pensava no contrato milionário que assinaria com o clube francês.
Zagallo tinha ao seu dispor artilheiros notáveis, que se cansavam de fazer gols nos campeonatos domésticos, como Mirandinha, César, Leivinha e Paulo César Caju. Mas, na Seleção... Nessa Copa ficaram devendo.
O Brasil estreou na competição em 13 de junho, no Wald Stadium de Frankfurt, com arbitragem do suíço Rudolf Scherer. O adversário tinha um estilo de jogo semelhante ao nosso. Era tido, por sinal, como o time mais sul-americano da Europa. Tratava-se da Iugoslávia (hoje desmembrada em oito países). Sua própria imprensa apelidara-a de “Brasil dos Bálcãs”, tão parecido com o nosso era o seu modo de jogar.
Zagallo mandou a campo os seguintes jogadores: Leão, Nelinho, Luís Pereira, Marinho Perez e Marinho Chagas; Piazza, Rivelino e Paulo César Caju; Valdomiro, Jairzinho e Leivinha. Nosso treinador resolveu não fazer nenhuma substituição. Os onze que começaram jogando terminaram a partida que terminou em 0 a 0.
O adversário seguinte foi a Escócia, que ocupava a primeira colocação do grupo após derrotar o Zaire por 2 a 0. O jogo foi realizado também em Frankfurt, com arbitragem do holandês Arie van Gemert. Zagallo alterou o ataque em relação à estreia. Mirandinha entrou como centroavante, com Jairzinho passando para a ponta direita no lugar de Valdomiro.
No segundo tempo, Paulo César Carpegiani substituiu Leivinha, mas foi jogar no meio de campo, com Caju passando a atuar como atacante. Nada disso, porém, deu resultado. O Brasil disputou uma partida burocrática e sem imaginação, por isso não conseguiu furar a retranca escocesa e a disputa terminou, de novo, em 0 a 0.
A esta altura, a Seleção Brasileira estava em maus lençóis. Tinha apenas dois pontos ganhos em duas partidas, enquanto a Escócia e a Iugoslávia (que fizera 9 a 0 no Zaire), estavam com quatro. Teríamos que fazer, no mínimo, três gols na seleção africana e torcer, ainda, por um empate entre escoceses e iugoslavos.
Nosso ataque, porém, estava irritante. Sequer chutava a gol. Esse jogo foi disputado em 22 de junho no Park Stadium em Gelsenkirchen. É verdade que o Zaire era fraquíssimo. Tínhamos condições de construir o marcador que precisávamos. Mas nosso adversário estava fazendo história, como a primeira equipe da África a chegar a um mundial.
Zagallo voltou a mexer no ataque, agora formado por Jairzinho, Leivinha e Edu. O tempo foi passando, e nada de sair o primeiro gol brasileiro na Copa de 1970. Até que Jairzinho (ufa!) balançou as redes adversárias. O primeiro tempo terminou com 1 a 0 para o Brasil. Ainda faltavam, porém, dois gols (e isso se Iugoslávia e Escócia empatassem), para a classificação.
No reinício do jogo, Rivelino fez o segundo. Aí, o sofrimento até aumentou. O Brasil martelava, martelava, martelava, e nada. Zagallo, em desespero, tirou Leivinha e colocou Valdomiro. E sua “estrela” brilhou. Foi justamente o ponta direita do Internacional de Porto Alegre que fez o gol salvador. E foi um bastante parecido com o que Barbosa tomou de Gigghia, do Uruguai, na Copa de 1950.
Nosso atacante chutou sem ângulo, mas a bola, caprichosamente, entrou entre o poste direito e o goleiro zairense. Ufa! Estávamos salvos! O(s iugoslavos e escoceses não saíram de um providencial (para nós) 1 a 1.
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