Sambando com a bola no pé
Pedro J. Bondaczuk
O Brasil, inserido no Grupo 6, estreou na Copa do Mundo de 1982, na Espanha, em 14 de junho, no Estádio Sanchez Pizjuan, de Sevilha, contra a perigosa União Soviética. Com arbitragem do espanhol Augusto Lamo Castilho, a Seleção, comandada por Telê Santana, começou levando um baita susto. Aos 34 minutos do primeiro tempo, o meio campista soviético Bal deu um chute despretensioso a gol. E Valdir Perez aceitou.
Foi uma tremenda infelicidade do nosso goleiro. Mas nosso time era muito bom e, além disso, experiente. Não se abalou com o placar adverso. Continuou criando oportunidades e jogando bem. No segundo tempo, Sócrates e Éder garantiram nossa primeira vitória. E de virada, que é sempre mais gostoso.
Telê Santana mandou a campo, nessa estréia: Valdir Perez, Leandro, Oscar, Luizinho e Junior; Falcão, Sócrates e Zico; Dirceu (Paulo Isidoro, Serginho e Eder. Um timaço, convenhamos! Não ficava nada a dever aos melhores que o Brasil já teve.
Nosso País esteve representado, nessa Copa, por três treinadores. Além de Telê Santana, no comando da nossa própria Seleção, tinha Elba de Pádua Lima, o Tim, que a exemplo de Didi em 1970 no México, orientava o Peru e Carlos Alberto Parreira dirigia a seleção do Kuwait.
No dia 18 de junho o Brasil voltou a campo, de novo em Sevilha, mas desta vez no outro estádio da cidade, o Benito Villamorin. O adversário era a Escócia, cujo futebol caracterizava-se por um sistema defensivo rígido, de forte marcação, não raro excessivamente faltoso. E, para complicar, saímos novamente em desvantagem no marcador. Nurey, aos 18 minutos do primeiro tempo, fez o gol escocês.
A Seleção Brasileira, porém, empatou ainda nos 45 minutos iniciais, através de Zico. E no segundo tempo, sambou com a bola no pé. A Escócia levou um “chocolate”, de 4 a 1 no lombo, e olhem que ficou barato. Oscar, Eder e Falcão foram os artilheiros, consolidando a goleada e garantindo vaga para a fase seguinte da competição.
Para assegurar o primeiro lugar do grupo, bastaria um simples empate contra a ingênua e quase amadora Nova Zelândia. O Brasil goleou a Escócia com Valdir Perez, Leandro, Oscar, Luizinho e Junior; Toninho Cerezo, Falcão e Sócrates; Zico, Serginho (Paulo Isidoro) e Eder.
Interessante de se notar que Telê Santana (que foi excelente ponta direita do Fluminense e do Guarani) abriu mão de um jogador justamente dessa posição, para reforçar o meio de campo, que no seu esquema – um clássico 4-3-3 – tinha três meios campistas. Foi uma chiadeira danada. Imprensa e torcida cobravam, insistentemente, do treinador, que escalasse um ponta direita de ofício.
Na ocasião, o humorista Jô Soares – então na Rede Globo – havia criado um personagem, uma espécie de “réplica” do torcedor padrão brasileiro típico, o “Zé da Galera”. E seu bordão característico era: “Põe ponta, Telê”!!! E o País inteiro repetia esse insistente pedido. Mawsw o treinador não cedeu.
No último jogo da fase classificatória, em 23 de junho, no Estádio Benito Villamarin, o Brasil mandou sua força máxima a campo. Telê Santana decidiu não poupar ninguém. Jogaram Valdir Perez, Leandro, Oscar (Edevaldo), Luizinho e Junior; Cerezo, Falcão e Sócrates; Zico, Serginho (Paulo Isidoro) e Eder.
A Seleção “passeou” em campo. Esbanjou categoria e sua atuação arrancou entusiásticos aplausos dos espanhóis presentes ao estádio. “É, mas o adversário era muito fraco”, ponderaram os eternos do contra. Era mesmo, mas o problema não era nosso.
A Seleção simplesmente não tomou conhecimento da Nova Zelândia. Goleou a equipe da Oceania como e quando quis, por clássicos 4 a 0, com dois gols em cada etapa, marcados por Zico (2), Falcão e Serginho.
Os neozelandeses eram estreantes em Copas e só não levaram goleada maior porque os brasileiros resolveram se poupar para evitar contusões. Mas deram espetáculo, com excelente toque de bola, mostrando entrosamento entre os vários compartimentos da equipe.
O time comandado por Telê Santana fez dez gols nessa fase (em 2010, a Espanha fez sete na Copa inteira) e levou apenas dois. Sambou, de fato, com a bola no pé. Todavia, não deixou, em momento algum, de ser contundente e eficiente. Ou seja, não se furtou de fazer tudo o que o torcedor brasileiro pede e gosta. Daí conquistar para sempre o coração da galera, mesmo sem ganhar a Copa.
Pedro J. Bondaczuk
O Brasil, inserido no Grupo 6, estreou na Copa do Mundo de 1982, na Espanha, em 14 de junho, no Estádio Sanchez Pizjuan, de Sevilha, contra a perigosa União Soviética. Com arbitragem do espanhol Augusto Lamo Castilho, a Seleção, comandada por Telê Santana, começou levando um baita susto. Aos 34 minutos do primeiro tempo, o meio campista soviético Bal deu um chute despretensioso a gol. E Valdir Perez aceitou.
Foi uma tremenda infelicidade do nosso goleiro. Mas nosso time era muito bom e, além disso, experiente. Não se abalou com o placar adverso. Continuou criando oportunidades e jogando bem. No segundo tempo, Sócrates e Éder garantiram nossa primeira vitória. E de virada, que é sempre mais gostoso.
Telê Santana mandou a campo, nessa estréia: Valdir Perez, Leandro, Oscar, Luizinho e Junior; Falcão, Sócrates e Zico; Dirceu (Paulo Isidoro, Serginho e Eder. Um timaço, convenhamos! Não ficava nada a dever aos melhores que o Brasil já teve.
Nosso País esteve representado, nessa Copa, por três treinadores. Além de Telê Santana, no comando da nossa própria Seleção, tinha Elba de Pádua Lima, o Tim, que a exemplo de Didi em 1970 no México, orientava o Peru e Carlos Alberto Parreira dirigia a seleção do Kuwait.
No dia 18 de junho o Brasil voltou a campo, de novo em Sevilha, mas desta vez no outro estádio da cidade, o Benito Villamorin. O adversário era a Escócia, cujo futebol caracterizava-se por um sistema defensivo rígido, de forte marcação, não raro excessivamente faltoso. E, para complicar, saímos novamente em desvantagem no marcador. Nurey, aos 18 minutos do primeiro tempo, fez o gol escocês.
A Seleção Brasileira, porém, empatou ainda nos 45 minutos iniciais, através de Zico. E no segundo tempo, sambou com a bola no pé. A Escócia levou um “chocolate”, de 4 a 1 no lombo, e olhem que ficou barato. Oscar, Eder e Falcão foram os artilheiros, consolidando a goleada e garantindo vaga para a fase seguinte da competição.
Para assegurar o primeiro lugar do grupo, bastaria um simples empate contra a ingênua e quase amadora Nova Zelândia. O Brasil goleou a Escócia com Valdir Perez, Leandro, Oscar, Luizinho e Junior; Toninho Cerezo, Falcão e Sócrates; Zico, Serginho (Paulo Isidoro) e Eder.
Interessante de se notar que Telê Santana (que foi excelente ponta direita do Fluminense e do Guarani) abriu mão de um jogador justamente dessa posição, para reforçar o meio de campo, que no seu esquema – um clássico 4-3-3 – tinha três meios campistas. Foi uma chiadeira danada. Imprensa e torcida cobravam, insistentemente, do treinador, que escalasse um ponta direita de ofício.
Na ocasião, o humorista Jô Soares – então na Rede Globo – havia criado um personagem, uma espécie de “réplica” do torcedor padrão brasileiro típico, o “Zé da Galera”. E seu bordão característico era: “Põe ponta, Telê”!!! E o País inteiro repetia esse insistente pedido. Mawsw o treinador não cedeu.
No último jogo da fase classificatória, em 23 de junho, no Estádio Benito Villamarin, o Brasil mandou sua força máxima a campo. Telê Santana decidiu não poupar ninguém. Jogaram Valdir Perez, Leandro, Oscar (Edevaldo), Luizinho e Junior; Cerezo, Falcão e Sócrates; Zico, Serginho (Paulo Isidoro) e Eder.
A Seleção “passeou” em campo. Esbanjou categoria e sua atuação arrancou entusiásticos aplausos dos espanhóis presentes ao estádio. “É, mas o adversário era muito fraco”, ponderaram os eternos do contra. Era mesmo, mas o problema não era nosso.
A Seleção simplesmente não tomou conhecimento da Nova Zelândia. Goleou a equipe da Oceania como e quando quis, por clássicos 4 a 0, com dois gols em cada etapa, marcados por Zico (2), Falcão e Serginho.
Os neozelandeses eram estreantes em Copas e só não levaram goleada maior porque os brasileiros resolveram se poupar para evitar contusões. Mas deram espetáculo, com excelente toque de bola, mostrando entrosamento entre os vários compartimentos da equipe.
O time comandado por Telê Santana fez dez gols nessa fase (em 2010, a Espanha fez sete na Copa inteira) e levou apenas dois. Sambou, de fato, com a bola no pé. Todavia, não deixou, em momento algum, de ser contundente e eficiente. Ou seja, não se furtou de fazer tudo o que o torcedor brasileiro pede e gosta. Daí conquistar para sempre o coração da galera, mesmo sem ganhar a Copa.
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