A alegria de viver, o encantamento interior com a beleza circundante, e, enfim, a felicidade, prescindem de palavras para serem gozados, sentidos ou expressados. Há situações em que o silêncio é muito mais eloqüente e revelador do que milhares dos mais belos discursos ou milhões de poemas, com as mais caprichosas metáforas. São sensações, emoções e satisfações para serem sentidas e perpetuadas na memória, embora possam ser repetidas inúmeras vezes, se estivermos predispostos espiritualmente a essa repetição..Têm caráter individual e exclusivo. Não podem ser partilhados, já que cada pessoa tem sua maneira peculiar de sentir e compreender as coisas. Cecília Meirelles expressou, com maestria, essa condição peculiar, nestes versos do poema “Os dias felizes”: “Todas as palavras são inúteis/desde que se olha para o céu.//A doçura maior da vida/flui na luz do sol/quando se está em silêncio”.
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