Nossa vida é curta, curtíssima; é breve, brevíssima; é como um raio, um quase imperceptível lampejo de luz, entre duas eternidades de trevas. Pode ser comparada a uma ligeira observação inserida entre dois parênteses em determinada sentença. Se pertinente ou não, se valiosa ou inútil, se explicativa ou obscura, dependerá só de nós. Dependerá dos valores que cultivarmos, dos pensamentos e obras que criarmos e de nossas ações. Por mais que se queira, não há como fugir dessa incômoda realidade. Octávio Paz tratou desse tema, nestes versos do poema “Certeza”: “Se é real a luz branca/desta lâmpada, real/a mão que escreve?são reais/os olhos que vêem o escrito?//De uma palavra a outra/o que digo se desvanece./Eu sei que estou vivo/entre dois parênteses”. Preenchamos, pois, este brevíssimo intervalo do texto da nossa existência com atos e fatos e feitos de grandeza e de amor. É só o que podemos e o que nos compete fazer.
No comments:
Post a Comment