Saturday, July 26, 2008

Poema do caos


Pedro J. Bondaczuk

Explosões de sóis remotos
exangues e moribundos
agitam constelações e galáxias.
Pirotecnia universal.

Força da gravidade atraindo
o pó das estrelas
no moto-perpétuo
da contínua criação.

Buracos-negros aspiram
--- vórtices inexoráveis –
matéria, energia, luz
e tudo o mais
qual Cronos,
em sua insaciável fome,
a devorar milênios.

Mundos desaparecem,
galáxias se formam,
planetas remotos
se criam e orbitam
estrelas inconcebíveis.

Sinfonia universal.
Alternância de ordem
e caos. Processo
contínuo de transformação.
Matéria e anti-matéria
sSe cruzam, se anulam
em pavorosas explosões.

E num ponto remoto
do vácuo, distância
inconcebível do zênite
milagres se multiplicam.
Silêncio: brota
do contínuo caos
uma nova estrela.


(Poema composto em Campinas, em 16 de setembro de 1965).

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