Pedro J. Bondaczuk
Soberana poderosa da consciência,
magna aspiração dos viventes,
fonte de sabedoria e criatividade,
supremo e benfazejo ideal,
hoje te pranteio e te deploro!
Mentecaptos tiranos fizeram-te refém.
Teu manto diáfano e levíssimo,
outrora alvo, branco como a neve,
jaz roto, manchado e impuro
aos teus pés, atados por correntes.
Teu corpo, outrora virgem e inviolado,
foi violentado e prostituído
e, enfim, colocado em leilão.
É certo, não perdestes a forma,
mas roubaram-te a essência, a alma.
Tua força incontida, irresistível,
que mobilizava multidões e povos
jaz dominada e contida por grilhões.
Tua luz, outrora incontrolável,
hoje é mero pontinho incerto,
réstia trêmula e bruxoleante
da antiga e incomparável grandeza.
Deflorada virgem, hoje cínica e despudorada
meretriz, que se oferece aos algozes,
tua coroa de ouro, cravejada de brilhantes
hoje é ridículo ornamento de espinhos.
Escondes vícios e escusas ambições,
guerras e massacres ocorrem em teu nome
justificas injustiças e tiranias.
Já fostes soberana poderosa da consciência.
Mas hoje, eu te deploro, ó liberdade.
(Poema composto em Campinas, em 3 de setembro de 1965).
Soberana poderosa da consciência,
magna aspiração dos viventes,
fonte de sabedoria e criatividade,
supremo e benfazejo ideal,
hoje te pranteio e te deploro!
Mentecaptos tiranos fizeram-te refém.
Teu manto diáfano e levíssimo,
outrora alvo, branco como a neve,
jaz roto, manchado e impuro
aos teus pés, atados por correntes.
Teu corpo, outrora virgem e inviolado,
foi violentado e prostituído
e, enfim, colocado em leilão.
É certo, não perdestes a forma,
mas roubaram-te a essência, a alma.
Tua força incontida, irresistível,
que mobilizava multidões e povos
jaz dominada e contida por grilhões.
Tua luz, outrora incontrolável,
hoje é mero pontinho incerto,
réstia trêmula e bruxoleante
da antiga e incomparável grandeza.
Deflorada virgem, hoje cínica e despudorada
meretriz, que se oferece aos algozes,
tua coroa de ouro, cravejada de brilhantes
hoje é ridículo ornamento de espinhos.
Escondes vícios e escusas ambições,
guerras e massacres ocorrem em teu nome
justificas injustiças e tiranias.
Já fostes soberana poderosa da consciência.
Mas hoje, eu te deploro, ó liberdade.
(Poema composto em Campinas, em 3 de setembro de 1965).
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