Pedro J. Bondaczuk
A simpatia é o mais poderoso e irresistível atrativo, quer para o amor, quer para as amizades. O antipático, aquele que se faz de difícil e não sabe reconhecer méritos e virtudes em quem quer que seja, é um solitário. Todos fogem da sua presença, por ser desagradável. Quando não se trata de um “ególatra”, que vive adorando o próprio umbigo, é um infeliz e amargo, como aquela flor que cheira a “carniça” e que por isso espanta borboletas e abelhas e tem enorme dificuldade de se reproduzir, por falta de um agente polinizador.
Para ser simpático, não é preciso violentar sentimentos e nem idéias. Basta estar aberto ao mundo, ao próximo, entender seus problemas, ser compreensivo com as fraquezas alheias (que nunca são maiores do que as nossas) e conservar o bom-humor, principalmente quando todos tenham perdido o seu. Simples, não é?
Tão importante, ou mais quem sabe, que a simpatia, é a empatia. Ou seja, a capacidade de entender o que os outros sentem e nos solidarizarmos com eles em seus momentos de dificuldade. Trata-se, até, de uma arte, que é bastante rara no mundo.
Se tivermos a mente aberta para o exterior, desenvolvermos o talento da empatia, soubermos conservar o bom-humor até nas circunstâncias mais tensas do dia a dia, guardarmos para nós o senso crítico e formos sinceros e compreensivos nos relacionamentos, seremos amados pela multidão, mesmo que não seja esse nosso objetivo e sequer nos apercebermos disso.
Todos gostam de ter, ao seu redor, pessoas com essa postura, mesmo os solitários, amargos, pessimistas e os que apostam todas suas fichas na desgraça e na infelicidade (há muitos que agem dessa maneira). O poeta Charles Baudelaire, escreveu o seguinte, no texto intitulado “As multidões”: “Aquele que desposa facilmente a multidão conhece gozos febris, de que estarão eternamente privados o egoísta, fechado como um cofre, e o preguiçoso, encaramujado feito um molusco. Ele adota como suas todas as profissões, todas as alegrias e todas as misérias que as circunstâncias lhe deparam”. Que tal sermos assim?!
Há pessoas, todavia, com mania de proselitismo, que tentam “fazer a cabeça” dos outros, sem que tenham a própria cabeça feita. Para complicar, não são, sequer, simpáticas e não têm, claro, um mínimo de empatia. Embora não seja essa sua intenção (em alguns casos, é), são arrogantes, atrevidas, desagradáveis.
Apregoam crenças em que não crêem, religiões que não professam e receitam fórmulas mágicas de amor e felicidade, embora não amem e sejam infelizes. Todos, alguma vez, certamente já cruzamos com alguém assim. E quanto mais enfáticos são, mais se percebe que não têm convicção alguma daquilo que querem nos convencer. Não “desposam a multidão”, embora este seja seu objetivo maior.
Antes de saírem por aí, fazendo pregações, deveriam cuidar dos próprios pensamentos e sentimentos. Jorge de Lima escreve sobre esse tipo no soneto “O acendedor de lampiões”, que encerra com estes magníficos tercetos: “Triste ironia que o senso humano irrita./Ele (o acendedor de lampiões de rua), que doura a noite e ilumina a cidade,/talvez não tenha luz na choupana que habita.//Tanta gente também nos outros insinua/crenças, religiões, amor, felicidade/como este acendedor de lampiões de rua!”. A observação entre parêntesis não é do autor, mas minha.
Outro ponto em que devemos ser extremamente cuidadosos é com o que desejamos. Não raro, temos desejos profundos, que guardamos secretamente em nosso coração e que, se realizados, nos trariam, somente, a ruína material e/ou moral, sem que sequer desconfiemos.
Sempre que queremos intensamente alguma coisa, mais cedo ou mais tarde, salvo uma ou outra exceção, esse desejo, de uma forma ou de outra, caprichosamente se realiza. Nem tudo, porém, o que queremos é o que precisamos.
A mitologia grega tem um caso característico que ilustra bem essa situação. É a do rei Midas, cujas peripécias narrei em uma crônica anterior, que queria obsessivamente ouro, muito ouro. E seu desejo foi atendido. Tudo o que tocava se transformava no precioso metal. Com isso, não conseguia comer, pois a comida se transformava em ouro. Cuidado, pois, com o que desejarmos... E não tenhamos receio de desposar a multidão, a despeito dos riscos, tendo por recursos tanto a simpatia quanto, e principalmente, a empatia.
A simpatia é o mais poderoso e irresistível atrativo, quer para o amor, quer para as amizades. O antipático, aquele que se faz de difícil e não sabe reconhecer méritos e virtudes em quem quer que seja, é um solitário. Todos fogem da sua presença, por ser desagradável. Quando não se trata de um “ególatra”, que vive adorando o próprio umbigo, é um infeliz e amargo, como aquela flor que cheira a “carniça” e que por isso espanta borboletas e abelhas e tem enorme dificuldade de se reproduzir, por falta de um agente polinizador.
Para ser simpático, não é preciso violentar sentimentos e nem idéias. Basta estar aberto ao mundo, ao próximo, entender seus problemas, ser compreensivo com as fraquezas alheias (que nunca são maiores do que as nossas) e conservar o bom-humor, principalmente quando todos tenham perdido o seu. Simples, não é?
Tão importante, ou mais quem sabe, que a simpatia, é a empatia. Ou seja, a capacidade de entender o que os outros sentem e nos solidarizarmos com eles em seus momentos de dificuldade. Trata-se, até, de uma arte, que é bastante rara no mundo.
Se tivermos a mente aberta para o exterior, desenvolvermos o talento da empatia, soubermos conservar o bom-humor até nas circunstâncias mais tensas do dia a dia, guardarmos para nós o senso crítico e formos sinceros e compreensivos nos relacionamentos, seremos amados pela multidão, mesmo que não seja esse nosso objetivo e sequer nos apercebermos disso.
Todos gostam de ter, ao seu redor, pessoas com essa postura, mesmo os solitários, amargos, pessimistas e os que apostam todas suas fichas na desgraça e na infelicidade (há muitos que agem dessa maneira). O poeta Charles Baudelaire, escreveu o seguinte, no texto intitulado “As multidões”: “Aquele que desposa facilmente a multidão conhece gozos febris, de que estarão eternamente privados o egoísta, fechado como um cofre, e o preguiçoso, encaramujado feito um molusco. Ele adota como suas todas as profissões, todas as alegrias e todas as misérias que as circunstâncias lhe deparam”. Que tal sermos assim?!
Há pessoas, todavia, com mania de proselitismo, que tentam “fazer a cabeça” dos outros, sem que tenham a própria cabeça feita. Para complicar, não são, sequer, simpáticas e não têm, claro, um mínimo de empatia. Embora não seja essa sua intenção (em alguns casos, é), são arrogantes, atrevidas, desagradáveis.
Apregoam crenças em que não crêem, religiões que não professam e receitam fórmulas mágicas de amor e felicidade, embora não amem e sejam infelizes. Todos, alguma vez, certamente já cruzamos com alguém assim. E quanto mais enfáticos são, mais se percebe que não têm convicção alguma daquilo que querem nos convencer. Não “desposam a multidão”, embora este seja seu objetivo maior.
Antes de saírem por aí, fazendo pregações, deveriam cuidar dos próprios pensamentos e sentimentos. Jorge de Lima escreve sobre esse tipo no soneto “O acendedor de lampiões”, que encerra com estes magníficos tercetos: “Triste ironia que o senso humano irrita./Ele (o acendedor de lampiões de rua), que doura a noite e ilumina a cidade,/talvez não tenha luz na choupana que habita.//Tanta gente também nos outros insinua/crenças, religiões, amor, felicidade/como este acendedor de lampiões de rua!”. A observação entre parêntesis não é do autor, mas minha.
Outro ponto em que devemos ser extremamente cuidadosos é com o que desejamos. Não raro, temos desejos profundos, que guardamos secretamente em nosso coração e que, se realizados, nos trariam, somente, a ruína material e/ou moral, sem que sequer desconfiemos.
Sempre que queremos intensamente alguma coisa, mais cedo ou mais tarde, salvo uma ou outra exceção, esse desejo, de uma forma ou de outra, caprichosamente se realiza. Nem tudo, porém, o que queremos é o que precisamos.
A mitologia grega tem um caso característico que ilustra bem essa situação. É a do rei Midas, cujas peripécias narrei em uma crônica anterior, que queria obsessivamente ouro, muito ouro. E seu desejo foi atendido. Tudo o que tocava se transformava no precioso metal. Com isso, não conseguia comer, pois a comida se transformava em ouro. Cuidado, pois, com o que desejarmos... E não tenhamos receio de desposar a multidão, a despeito dos riscos, tendo por recursos tanto a simpatia quanto, e principalmente, a empatia.
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