Pedro J. Bondaczuk
Os fracassos, assim como os sucessos, são condições normais do jogo da vida. Quem joga sabe que (óbvio) poderá perder, empatar ou ganhar. E só. Não há outros resultados intermediários, apenas estes três. O que não podemos é desanimar face aos insucessos, quaisquer que sejam, e por causa de um deles (ou de vários, não importa) deixar de tentar novos empreendimentos, por medo de fracassar de novo. Devemos fazer com que nossas derrotas sejam “didáticas”, que nos ensinem alguma coisa e que cresçamos, e nunca nos sintamos diminuídos, com elas. Difícil? Sem dúvida.
Ellis Regina emplacou um enorme sucesso com a canção “Aprendendo a jogar”, composta por Guilherme Arantes, cuja letra diz, logo na introdução: “Vivendo e aprendendo a jogar/vivendo e aprendendo a jogar/nem sempre ganhando/nem sempre perdendo/mas aprendendo a jogar”. Não deixa de ser uma lição de vida, mesmo que amarga.
Raríssimos são aqueles, por exemplo, que nunca fracassaram no amor. Alguns, inclusive, fracassam logo de cara, na conquista, por diversos motivos. Isso pode ocorrer ou porque escolheram a pessoa errada para amar, que não tem a mínima condição de lhes corresponder; ou por uma abordagem infeliz quando não desrespeitosa ou por tantas e tantas e tantas outras razões.
O mais comum é o fracasso vir no curso do relacionamento. Há quem ache que o amor seja eterno e nunca acabe. Pura ilusão! Até pode durar toda uma vida, caso seja preservado. Sábia, porém, é a lição do “poetinha”, Vinícius de Moraes, que concluiu: “o amor é terno... enquanto dura”. Poderá, sim, durar a vida toda, se os parceiros mantiverem o mesmo interesse, atenção e carinho do início do relacionamento. Caso contrário...
O amor, se não tratado com os devidos cuidados, esfria, esmorece e, finalmente, morre. Se a “morte” for recíproca, tudo bem, o sofrimento é menor. Trágico, no entanto, é quando um dos parceiros deixa de amar e o outro não. Este último verá, subitamente, o paraíso transformar-se em inferno..
A propósito de fracassos e sucessos, uma pergunta se impõe: quem é mais importante na ordem geral das coisas e do tempo: o que planeja determinados empreendimentos que beneficiem a coletividade ou o que os executa? Diria que ambos são necessários. Mas, na escala de importâncias, se tivermos que optar por algum deles, importa mais, muito mais, o que faz, do que a pessoa que se limita a planejar.
O motivo é simples: o planejador, caso não conte com quem execute o que planejou, verá seus planos irem todos por água abaixo, restritos ao mero terreno da vontade, quando não da fantasia. A tendência, todavia, é a de se inverter a premissa e não se valorizar devidamente o trabalhador.
Poucos atribuem méritos a quem torna concretas todas as idéias, por mais complexas e aparentemente impossíveis de serem executadas que sejam. Esse sim, embora não reconhecido, é que tem verdadeira grandeza. Aos olhos do mundo, contudo, é um fracassado.
Somos, muitas vezes, críticos em demasia dos defeitos e comportamentos alheios, sem atentarmos para o fato de que, não raro, temos as mesmas deficiências que, tão enfaticamente, condenamos nos outros. Cobramos, por exemplo, mais solidariedade, todavia, é comum passarmos indiferentes diante de pessoas carentes, sem dar ouvidos aos seus apelos, agindo como se passássemos diante de algum objeto inanimado, de um poste, por exemplo.
Reclamamos, de forma enfática, quando algum pedido nosso (muitas vezes absurdo e exagerado) deixa de ser atendido, mas ignoramos os que nos pedem as coisas mais corriqueiras e triviais, como um gratuito sorriso de simpatia. Levantamos o dedo acusador contra os ingratos, mas nos esquecemos de agradecer o tanto que fazem por nós, achando que se trata de obrigação alheia o ato de nos servir.
O gênio, o indivíduo considerado excepcional naquilo que faz – nas artes, na ciência, na filosofia etc.etc.etc. – tem, como principal característica, o fato de estar à frente do seu tempo. Fracassa, como todo o mundo, mas sabe extrair lições desses fracassos.
Suas grandes “ferramentas”, que o distinguem dos demais, são a intuição e a capacidade ímpar de previsão, de enxergar sempre mais à frente que as pessoas comuns. Suas ações, porém, não raro, determinam o futuro da coletividade e, em certos casos, até da humanidade.
O curioso é que, via de regra, o gênio é incompreendido pelos contemporâneos. É tido, na maioria das vezes, como meramente excêntrico, exótico, quando não maluco. Quase sempre é reconhecido (quando o é) apenas muitos anos após sua morte. Ele próprio não se reconhece como tal e manifesta sua genialidade não por palavras, mas por idéias e ações.
Que se danem, pois, os fracassos! O que importa é continuar, fazer, tentar, persistir, mas errando cada vez menos, até que não se erre mais nada e nunca. Não faz mal que os fracassos sejam regulares, desde que diminuam progressivamente. Afinal, eles são sinais de que seguimos persistindo e não entregamos os pontos. Um dia, a vitória vem. Às vezes minúscula. À vezes, apenas pequena. Mas, de repente... Vem uma estrondosa e definitiva vitória e, não raro, a glória. Pois é: “nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas sempre aprendendo a jogar!”, é o que importa.
Os fracassos, assim como os sucessos, são condições normais do jogo da vida. Quem joga sabe que (óbvio) poderá perder, empatar ou ganhar. E só. Não há outros resultados intermediários, apenas estes três. O que não podemos é desanimar face aos insucessos, quaisquer que sejam, e por causa de um deles (ou de vários, não importa) deixar de tentar novos empreendimentos, por medo de fracassar de novo. Devemos fazer com que nossas derrotas sejam “didáticas”, que nos ensinem alguma coisa e que cresçamos, e nunca nos sintamos diminuídos, com elas. Difícil? Sem dúvida.
Ellis Regina emplacou um enorme sucesso com a canção “Aprendendo a jogar”, composta por Guilherme Arantes, cuja letra diz, logo na introdução: “Vivendo e aprendendo a jogar/vivendo e aprendendo a jogar/nem sempre ganhando/nem sempre perdendo/mas aprendendo a jogar”. Não deixa de ser uma lição de vida, mesmo que amarga.
Raríssimos são aqueles, por exemplo, que nunca fracassaram no amor. Alguns, inclusive, fracassam logo de cara, na conquista, por diversos motivos. Isso pode ocorrer ou porque escolheram a pessoa errada para amar, que não tem a mínima condição de lhes corresponder; ou por uma abordagem infeliz quando não desrespeitosa ou por tantas e tantas e tantas outras razões.
O mais comum é o fracasso vir no curso do relacionamento. Há quem ache que o amor seja eterno e nunca acabe. Pura ilusão! Até pode durar toda uma vida, caso seja preservado. Sábia, porém, é a lição do “poetinha”, Vinícius de Moraes, que concluiu: “o amor é terno... enquanto dura”. Poderá, sim, durar a vida toda, se os parceiros mantiverem o mesmo interesse, atenção e carinho do início do relacionamento. Caso contrário...
O amor, se não tratado com os devidos cuidados, esfria, esmorece e, finalmente, morre. Se a “morte” for recíproca, tudo bem, o sofrimento é menor. Trágico, no entanto, é quando um dos parceiros deixa de amar e o outro não. Este último verá, subitamente, o paraíso transformar-se em inferno..
A propósito de fracassos e sucessos, uma pergunta se impõe: quem é mais importante na ordem geral das coisas e do tempo: o que planeja determinados empreendimentos que beneficiem a coletividade ou o que os executa? Diria que ambos são necessários. Mas, na escala de importâncias, se tivermos que optar por algum deles, importa mais, muito mais, o que faz, do que a pessoa que se limita a planejar.
O motivo é simples: o planejador, caso não conte com quem execute o que planejou, verá seus planos irem todos por água abaixo, restritos ao mero terreno da vontade, quando não da fantasia. A tendência, todavia, é a de se inverter a premissa e não se valorizar devidamente o trabalhador.
Poucos atribuem méritos a quem torna concretas todas as idéias, por mais complexas e aparentemente impossíveis de serem executadas que sejam. Esse sim, embora não reconhecido, é que tem verdadeira grandeza. Aos olhos do mundo, contudo, é um fracassado.
Somos, muitas vezes, críticos em demasia dos defeitos e comportamentos alheios, sem atentarmos para o fato de que, não raro, temos as mesmas deficiências que, tão enfaticamente, condenamos nos outros. Cobramos, por exemplo, mais solidariedade, todavia, é comum passarmos indiferentes diante de pessoas carentes, sem dar ouvidos aos seus apelos, agindo como se passássemos diante de algum objeto inanimado, de um poste, por exemplo.
Reclamamos, de forma enfática, quando algum pedido nosso (muitas vezes absurdo e exagerado) deixa de ser atendido, mas ignoramos os que nos pedem as coisas mais corriqueiras e triviais, como um gratuito sorriso de simpatia. Levantamos o dedo acusador contra os ingratos, mas nos esquecemos de agradecer o tanto que fazem por nós, achando que se trata de obrigação alheia o ato de nos servir.
O gênio, o indivíduo considerado excepcional naquilo que faz – nas artes, na ciência, na filosofia etc.etc.etc. – tem, como principal característica, o fato de estar à frente do seu tempo. Fracassa, como todo o mundo, mas sabe extrair lições desses fracassos.
Suas grandes “ferramentas”, que o distinguem dos demais, são a intuição e a capacidade ímpar de previsão, de enxergar sempre mais à frente que as pessoas comuns. Suas ações, porém, não raro, determinam o futuro da coletividade e, em certos casos, até da humanidade.
O curioso é que, via de regra, o gênio é incompreendido pelos contemporâneos. É tido, na maioria das vezes, como meramente excêntrico, exótico, quando não maluco. Quase sempre é reconhecido (quando o é) apenas muitos anos após sua morte. Ele próprio não se reconhece como tal e manifesta sua genialidade não por palavras, mas por idéias e ações.
Que se danem, pois, os fracassos! O que importa é continuar, fazer, tentar, persistir, mas errando cada vez menos, até que não se erre mais nada e nunca. Não faz mal que os fracassos sejam regulares, desde que diminuam progressivamente. Afinal, eles são sinais de que seguimos persistindo e não entregamos os pontos. Um dia, a vitória vem. Às vezes minúscula. À vezes, apenas pequena. Mas, de repente... Vem uma estrondosa e definitiva vitória e, não raro, a glória. Pois é: “nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas sempre aprendendo a jogar!”, é o que importa.
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