Saturday, July 12, 2008

Caminhada


Pedro J. Bondaczuk

Caminho, assoviando
baixinho o “Stardust”,
peito desnudo, pés no chão,
por remoto bosque florido
perdido nos confins do tempo,
colhendo amoras e amores.

Manhã de sol. Céu azul, sem nuvens.
Brisa suave brinca em meu cabelo.
Perfume adocicado de saudade
recua relógios e traz, de volta,
dias de remotas primaveras,
quando a coroei de flores
e fiz de você rainha dos meus sonhos.

Os pés pisam tapete de musgos
e sentem a umidade intensa
da terra esfriada, molhada de ternuras.
O orvalho, nas folhas e arbustos
e corolas de rubras flores,
tem iridiscências de estrelas
que luzem no firmamento da paixão.
Lembram o brilho dos seus olhos,
límpidos, brilhantes, iridiscentes,
molhados de lágrimas e de promessas.

Borboletas multicoloridas,
de variadas dimensões e matizes,
esvoaçam sobre a minha cabeça,
e trazem anseios e recordações.

Horas transformam-se em dias,
dias viram anos, lustros, décadas,
enquanto caminho, assoviando,
bem baixinho, o “Stardust”.


(Poema composto em Campinas, em 11 de julho de 2008).

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