A verdadeira moradia dos amantes é o interior da pessoa amada. Dali, ninguém e nenhuma circunstância os conseguem expulsar, a não ser que ocorra a morte do amor. Afinal, se não cuidado, esse sentimento, profundo e poderoso, enfraquece, definha e morre. E quando isso acontece, os amantes são mutuamente “despejados” do seu aconchegante domicílio. A distância e a ausência física, porém, são impotentes para separar os que se amam. E os reencontros são delírios impossíveis de serem descritos por palavras. Quem já amou, ou ainda ama, sabe do que falo. Nenhuma emoção é mais intensa e bela do que a do amor correspondido. Florbela Espanca encerra, desta forma, o soneto “A nossa casa”, que cito para ilustrar o que quero dizer: “Sonho...que eu e tu, dois pobrezinhos,/andamos de mãos dadas, nos caminhos/duma terra de rosas, num jardim,//num país de ilusões, que nunca vi.../E que eu moro – tão bom! – dentro de ti/e tu, ó meu Amor, dentro de mim...”
No comments:
Post a Comment