Pedro J. Bondaczuk
A humanidade vive um período crítico da sua trajetória na Terra, em que a espécie sofre ameaça concretíssima de desaparecer, mas não se dá conta. Bilhões de pessoas vão tocando suas vidinhas – a maioria cinzentas e medíocres – sem se preocupar com o que se passa ao redor, a não ser em comer (a maioria é desprovida de recursos básicos, essenciais, para a sobrevivência), copular e se reproduzir, como se o Planeta comportasse número infinito de indivíduos. Claro que não comporta!
Os mais privilegiados, que se julgam os donos deste mundinho de dimensões ínfimas diante dos demais mundos do Sistema Solar, só pensam em consumir, tanto o desnecessário, quanto o supérfluo, tanto o que é renovável, quanto o que não comporta renovação. Preocupam-se em ter seu carro e sua casa próprios, uma polpuda conta num banco, um iate quem sabe, seu chalé no campo quando possível etc.etc.etc.
E, claro, essa faixa da população se dedica, com o máximo afinco, em divertir, se divertir a não mais poder com atividades estúpidas e banais, que não passam, na maior parte dos casos, de mera perda de tempo, quando não se tratam de vícios (tabaco, álcool e drogas) e de outras tantas agressões ao próprio organismo.
Aliás, agredir é o que o dito Homo Sapiens mais sabe fazer. Agride o próximo, a si mesmo e (insensatez das insensatezes) o meio-ambiente em que vive, essa redoma de oxigênio e nitrogênio, repleta de água, que lhe assegura a sobrevivência.
O ar fica, a cada dia que passa (diria, a cada hora), mais irrespirável, em decorrência do lançamento de bilhões e bilhões de toneladas de poluentes na atmosfera, que formam uma espessa e cada vez mais grossa capa ao redor da Terra, impedindo que o calor do sol se dissipe no espaço e que a temperatura média permaneça suportável e ideal aos animais e vegetais. Mas... isso não importa às pessoas. Ouvem, vêem e lêem as advertências feitas por especialistas, mas encaram-nas como contos da carochinha, como ficção, como delírios de catastrofistas. Não dão, em absoluto, ouvidos aos que apelidaram de “ecochatos”. Mereceriam o epiteto de “ecoburros” por não ouvirem os que sabem das coisas.
O pior é o que fazem com a outra substância essencial à vida. Emporcalham a não mais poder as escassas reservas de água potável (em torno de 3% do total), indiferentes se esse preciosíssimo líquido vai ou não lhes fazer falta. Claro que vai. Não precisa ser gênio para chegar a essa conclusão tão óbvia. Em muitas partes do mundo já está faltando.
Guerras já vêm sendo travadas, ou planejadas na surdina, para assegurar a posse dos mananciais dessa preciosidade, nos lugares em que eles são mais escassos. Em contrapartida, os que os têm em abundância, os transformam em cloacas, em nojentos esgotos a céu aberto, criadouros de vírus e bactérias causadores de doenças letais.
E poderíamos apontar muitos e muitos outros atos de insensatez, de extrema burrice, que ameaçam a sobrevivência da espécie, que não se dá conta, com seriedade, dos perigos que a ameaçam. Um deles, é o desmatamento mundial, que ocorre não só na Amazônia, mas por toda a parte.
Reservas florestais imensas, que pareciam inesgotáveis, na Ásia e na África, desapareceram como num piscar de olhos. Já nem cito os casos da Europa e dos Estados Unidos, onde a irresponsabilidade, nesse aspecto, atingiu as raias da loucura. E o interessante é que esses povos são os primeiros a nos erguer os dedos acusadores, nos cobrando a preservação das nossas matas. Nós é que deveríamos nos conscientizar dessa necessidade, já que as florestas são nossas e, se preservadas, os maiores beneficiados seremos nós mesmos.
Um conhecido dito popular garante que “a História é a mestra da vida”. Discordo. Bem que poderia ser, pois se fosse, muitos dos erros cometidos no passado seriam evitados no presente, livrando comunidades e povos de nefastas conseqüências, não raro trágicas.
Estou muito mais propenso a crer nos que afirmam que “a História nunca se repete, a não ser como farsa”. Não se repete mesmo. Mudam-se não só os personagens e cenários, como, e principalmente, as circunstâncias. Na realidade, a vida é que é (ou deveria ser) a mestra (quase nunca ouvida) da História.
Os mesmos erros do passado remotíssimo, dos primórdios da civilização, são cometidos hoje em dia, como se fossem originais, com conseqüências agravadas pela multiplicação da espécie. Passou-se de alguns milhares de indivíduos de então para os 6,7 bilhões de pessoas atuais.
Não há, pois, como deixar de dar razão a Aldous Huxley quando afirma: “Talvez a maior lição da História seja que ninguém aprendeu as lições da História”. E, por não haver aprendido nada, a espécie está na iminência de desaparecer, indiferente à catástrofe que se avizinha e que, talvez, sequer possa ser evitada. Seria cômico, se não fosse trágico, a denominação adotada para esse animal tão insensato e agressivo: Homo Sapiens. Prefiro a designação de “Homo Demens”, dada pelo sociólogo Edgar Morin.
A humanidade vive um período crítico da sua trajetória na Terra, em que a espécie sofre ameaça concretíssima de desaparecer, mas não se dá conta. Bilhões de pessoas vão tocando suas vidinhas – a maioria cinzentas e medíocres – sem se preocupar com o que se passa ao redor, a não ser em comer (a maioria é desprovida de recursos básicos, essenciais, para a sobrevivência), copular e se reproduzir, como se o Planeta comportasse número infinito de indivíduos. Claro que não comporta!
Os mais privilegiados, que se julgam os donos deste mundinho de dimensões ínfimas diante dos demais mundos do Sistema Solar, só pensam em consumir, tanto o desnecessário, quanto o supérfluo, tanto o que é renovável, quanto o que não comporta renovação. Preocupam-se em ter seu carro e sua casa próprios, uma polpuda conta num banco, um iate quem sabe, seu chalé no campo quando possível etc.etc.etc.
E, claro, essa faixa da população se dedica, com o máximo afinco, em divertir, se divertir a não mais poder com atividades estúpidas e banais, que não passam, na maior parte dos casos, de mera perda de tempo, quando não se tratam de vícios (tabaco, álcool e drogas) e de outras tantas agressões ao próprio organismo.
Aliás, agredir é o que o dito Homo Sapiens mais sabe fazer. Agride o próximo, a si mesmo e (insensatez das insensatezes) o meio-ambiente em que vive, essa redoma de oxigênio e nitrogênio, repleta de água, que lhe assegura a sobrevivência.
O ar fica, a cada dia que passa (diria, a cada hora), mais irrespirável, em decorrência do lançamento de bilhões e bilhões de toneladas de poluentes na atmosfera, que formam uma espessa e cada vez mais grossa capa ao redor da Terra, impedindo que o calor do sol se dissipe no espaço e que a temperatura média permaneça suportável e ideal aos animais e vegetais. Mas... isso não importa às pessoas. Ouvem, vêem e lêem as advertências feitas por especialistas, mas encaram-nas como contos da carochinha, como ficção, como delírios de catastrofistas. Não dão, em absoluto, ouvidos aos que apelidaram de “ecochatos”. Mereceriam o epiteto de “ecoburros” por não ouvirem os que sabem das coisas.
O pior é o que fazem com a outra substância essencial à vida. Emporcalham a não mais poder as escassas reservas de água potável (em torno de 3% do total), indiferentes se esse preciosíssimo líquido vai ou não lhes fazer falta. Claro que vai. Não precisa ser gênio para chegar a essa conclusão tão óbvia. Em muitas partes do mundo já está faltando.
Guerras já vêm sendo travadas, ou planejadas na surdina, para assegurar a posse dos mananciais dessa preciosidade, nos lugares em que eles são mais escassos. Em contrapartida, os que os têm em abundância, os transformam em cloacas, em nojentos esgotos a céu aberto, criadouros de vírus e bactérias causadores de doenças letais.
E poderíamos apontar muitos e muitos outros atos de insensatez, de extrema burrice, que ameaçam a sobrevivência da espécie, que não se dá conta, com seriedade, dos perigos que a ameaçam. Um deles, é o desmatamento mundial, que ocorre não só na Amazônia, mas por toda a parte.
Reservas florestais imensas, que pareciam inesgotáveis, na Ásia e na África, desapareceram como num piscar de olhos. Já nem cito os casos da Europa e dos Estados Unidos, onde a irresponsabilidade, nesse aspecto, atingiu as raias da loucura. E o interessante é que esses povos são os primeiros a nos erguer os dedos acusadores, nos cobrando a preservação das nossas matas. Nós é que deveríamos nos conscientizar dessa necessidade, já que as florestas são nossas e, se preservadas, os maiores beneficiados seremos nós mesmos.
Um conhecido dito popular garante que “a História é a mestra da vida”. Discordo. Bem que poderia ser, pois se fosse, muitos dos erros cometidos no passado seriam evitados no presente, livrando comunidades e povos de nefastas conseqüências, não raro trágicas.
Estou muito mais propenso a crer nos que afirmam que “a História nunca se repete, a não ser como farsa”. Não se repete mesmo. Mudam-se não só os personagens e cenários, como, e principalmente, as circunstâncias. Na realidade, a vida é que é (ou deveria ser) a mestra (quase nunca ouvida) da História.
Os mesmos erros do passado remotíssimo, dos primórdios da civilização, são cometidos hoje em dia, como se fossem originais, com conseqüências agravadas pela multiplicação da espécie. Passou-se de alguns milhares de indivíduos de então para os 6,7 bilhões de pessoas atuais.
Não há, pois, como deixar de dar razão a Aldous Huxley quando afirma: “Talvez a maior lição da História seja que ninguém aprendeu as lições da História”. E, por não haver aprendido nada, a espécie está na iminência de desaparecer, indiferente à catástrofe que se avizinha e que, talvez, sequer possa ser evitada. Seria cômico, se não fosse trágico, a denominação adotada para esse animal tão insensato e agressivo: Homo Sapiens. Prefiro a designação de “Homo Demens”, dada pelo sociólogo Edgar Morin.
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