As pessoas simples, que jamais tiveram acesso ao crescente e quase infinito acervo de informação hoje ao nosso dispor (às vezes sequer às primeiras letras) – muitas vezes sábias sem que nem mesmo se dêem conta – acham, na sua simplicidade, que esse dom precioso, que é a sabedoria, só é acessível aos letrados. Ou seja, àqueles que freqüentaram bibliotecas e escolas as mais diversas e que conhecem um pouco de tudo. Não é bem assim. Cultura e informação não são sinônimas de sabedoria. Sábio é quem sabe aproveitar os conhecimentos que adquire, por ínfimos e relativos que sejam, mas em sentido prático. Ou que, apenas pela intuição, descobre os melhores caminhos do bem-viver. Há muita gente com extensíssima coleção de diplomas que não enxerga um palmo adiante do nariz. Samuel Taylor Coleridge resume, nestas palavras, a essência da sabedoria: “Senso comum em grau incomum é o que o mundo chama de sabedoria”. É, de fato, isso, sem tirar e nem pôr.
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