Wednesday, October 10, 2007

Segredo da vida




Pedro J. Bondaczuk


As clonagens da ovelha Dolly, na Escócia, do bezerro Clony e de dois macacos, nos Estados Unidos, e outras peripécias científicas do gênero --- que vêm sendo feitas com relativo sucesso desde fins da década de 60 --- levantam a possibilidade do ser humano vir a ser "copiado" em laboratório, com as implicações éticas existentes por trás desse espantoso potencial.

Estaria o homem perto de descobrir o segredo da vida? Conseguiria a condição simultânea, o duplo status de criatura e de criador? Teria a capacidade mental e sobretudo moral de produzir novos seres, não em benefício próprio ou de seu grupo, mas de toda a humanidade? A resposta óbvia para todas essas questões é "não!"

Não que não tenha tentado chegar ao âmago do mistério. Inúmeras experiências já foram feitas, na tentativa de produzir um único ser vivo, mesmo que fosse o mais primitivo, unicelular. Todas acabaram frustradas.

Foram simuladas, por exemplo, todas as condições supostamente existentes na Terra que resultaram no surgimento da vida, como a chamada "sopa de aminoácidos". Em vão! Ou o Planeta não era exatamente da forma como os cientistas pensavam, ou falta algum ingrediente muito especial e desconhecido, que ninguém ainda conseguiu atinar qual seja.

A alegoria bíblica sobre a expulsão do primeiro casal do Jardim do Éden fala que o Criador permitiu ao par original comer os frutos de todas as árvores ali existentes. Aliás, de quase todas. Havia uma cujo consumo era absolutamente proibido. Não por arbitrariedade divina, evidentemente, mas pela própria característica desse vegetal. Tal proibição era para o bem do homem.

Tratava-se não da maçã, como erroneamente se interpreta, mas do fruto da "Árvore do Bem e do Mal". Ou seja, da ciência e da consciência. Da plena razão. Do conhecimento do âmago da matéria e da energia.

O ser humano conquistou o átomo, embora não tenha feito sempre o melhor uso dessa ciência. Descobriu e mapeou os códigos genéticos, responsáveis pelas características de todos os seres. Aprendeu a duplicar animais e vegetais. O casal primitivo desobedeceu o Criador e comeu o fruto da Árvore do Bem e do Mal, como se vê.

Perdeu a inocência original, embora conquistasse o potencial de saber de tudo. Ou quase tudo. Só um conhecimento, e para o seu próprio bem, lhe foi vedado e para sempre: O do mistério da essência da vida. Caso o conhecesse, provavelmente conduziria à extinção da espécie.

Os cientistas podem reproduzir animais e vegetais de várias maneiras. Têm condições de manipular a reprodução da própria espécie, pelas formas mais variadas. Quando começaram as experiências da fecundação "in vitro", por exemplo, havia dúvidas sobre sua possibilidade e temores sobre suas conseqüências.

Hoje, os "bebês de proveta" são mais comuns do que se pensa. O mesmo deverá ocorrer em relação à clonagem, inclusive de humanos. Mas não se trata de criação de vida. Esta é a prerrogativa somente de um único Ser Superior, Deus, Jeová, Alá ou receba o nome que receber.

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