Monday, October 15, 2007

Presença da mulher na poesia brasileira - I


Pedro J. Bondaczuk

As mulheres, em especial a partir da segunda metade do século XX, passaram a ocupar o seu devido espaço na sociedade, brigando (e conquistando) por direitos que jamais lhes deveriam ser sonegados, mas que sempre foram. Chegaram, por exemplo, às universidades, onde já são maioria. Destacam-se nos esportes, onde brilham cada vez mais, superando limites físicos. Marcam, cada vez mais, presença na política, espaço até pouco tempo atrás quase que restrito e exclusivo dos homens. Multiplicam-se nas instituições de pesquisa, nos vários tipos de artes etc. Ou seja, atuam, hoje, virtualmente, em todos os campos de atividades, com criatividade, talento, determinação e responsabilidade.
Mulheres de todas as origens e classes sociais comprovam assim, cada vez mais, que competência e disciplina não são uma questão de sexo. Observando, porém, o panorama da Literatura Brasileira, notam-se poucos nomes femininos nas letras nacionais, embora algumas figuras se destaquem, se projetem, e se constituam até, não raro, em unanimidade.
As mulheres, neste campo, caracterizam sua atuação, sobretudo, pela qualidade das obras produzidas e não, portanto, pela quantidade. Proponho-me traçar um breve esboço sobre a presença e a importância das nossas escritoras na literatura brasileira e a influência que elas exercem em nossas letras. Tratarei, apenas, daquelas de maior projeção, já que não tenho a pretensão (e nem poderia) de esgotar o assunto, bastante vasto, neste ligeiro estudo. É possível que, num lapso de memória, eu omita algum nome importante, por uma razão ou por outra, pelo que peço, antecipadamente, escusas aos caros leitores (e, principalmente, àquelas que se sentirem injustiçadas).
Neste breve ensaio, concentro minha atenção exclusivamente nas poetisas – muitos preferem o termo “poetas” para ambos os sexos – algumas consagradas nacionalmente, outras, nem tanto, embora de sensibilidade e criatividade ímpares. Entre as escritoras do gênero que são conhecidas, apenas, em âmbito mais restrito, destaco três, aqui de Campinas, cidade com muita tradição na arte poética: Arita Damasceno Pettená, Conceição de Arruda Toledo e Akemi Waki. Mas tratarei da atuação delas em uma outra ocasdião.
Registro, ainda, por questão de justiça, a produção poética da jornalista Célia Búrigo que, recentemente, venceu um concurso de poesias em âmbito estadual e demonstra sensibilidade ímpar e um imenso talento no trato das palavras. Oportunamente, farei uma análise meticulosa da obra dessas quatro escritoras. Hoje, restrinjo-me à mera menção, dada a natureza deste ensaio.

(CONTINUA)

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