O ceticismo é um veneno que contamina a alma e tolhe as ações de quem se entrega ao seu domínio. Impede que as vítimas façam coisas além das indispensáveis, por não crerem em nenhuma finalidade superior da vida. O cético é pior do que o absolutamente crédulo. Não acredita em nada e ninguém e vive por viver. Com o tempo, amargurado e infeliz, finda por se tornar parasita, peso morto para si e para os que o rodeiam. É renitente desconfiado, não coopera com ninguém e se mantém sempre omisso. Affonso Romano de Sant’Anna escreveu, numa de suas tantas crônicas: “O ceticismo é o barateamento de uma certa filosofia. O cético não vive, desconfia. Não participa, espia. Não faz, assiste”. Claro que não devemos acreditar, sem o devido senso crítico, em tudo o que ouvimos, lemos ou vemos. Mas a moderação é essencial. Afinal, os extremos são sempre nocivos e a virtude está no meio. Nem tanto ao céu, nem tanto à terra, manda a prudência.
No comments:
Post a Comment