Por dentro da TV
RELEMBRE MAYSA NA REDE BANDEIRANTES
Para os amantes da boa música, especialmente aqueles quarentões, a data de amanhã traz uma lembrança nada boa. É que há exatamente 7 anos, em 22 de janeiro de 1977, o Brasil perdia, num desastre automobilístico ocorrido na Ponte Rio-Niterói, uma de suas melhores cantoras: Maysa Monjardim Matarazzo.
Alma extremamente sensível, foi co-autora de várias músicas, convencionadas como sendo de "fossa", de "dor de cotovelo", ou seja, aquelas que transmitem uma dose acentuada de melancolia, de tristeza motivada na maior parte das vezes pela perda de um grande amor. Maysa mexia com a gente. Suas canções não eram como a maioria das atuais, tipo "prêt-à-porter", isto é, que se consomem e são jogadas fora. Tinham mensagem. Conduziam à reflexão. Atingiam a nossa sensibilidade.
Este preâmbulo, um tanto extenso, é para lembrar que hoje, às 20 horas, a Rede Bandeirantes presta uma justa homenagem a essa figuraz importante da nossa música popular, com a apresentação do especial "Simplesmente Maysa". O programa nasceu de um volumoso arquivo sobre a cantora, constante de dez horas de filmes, centenas de textos e mais de duas mil fotos.
Todo esse material foi condensado, para que o telespectador mais jovem pudesse conhecer (e o mais velho, relembrar) os aspectos mais importantes de sua fascinante personalidade. Além de todo esse rico material, a Bandeirantes ainda convidou pessoas que tiveram algum tipo de influência na carreira da cantora. Como Roberto Corte Real, que foi quem a lançou na vida artística, Júlio Medaglia, parceiro de sua última composição, "Nós", Sílvio Caldas, o "Caboclinho Querido", seu grande companheiro e o compositor Ronaldo Bôscoli, amigo pessoal de Maysa. Todo esse pessoal fala da carreira da artista e relembra fatos pitorescos da sua vida e de sua personalidade.
Bôscoli, por exemplo, lembra quando ela pousou, pilotando um helicóptero, num bar na Barra da Tijuca, onde ele bebia com amigos. Maysa era assim: impulsiva, sincera, franca e profundamente sensível.
Do ponto de vista puramente musical, o telespectador poderá recordar sucessos inesquecíveis, hoje verdadeiros clássicos do nosso cancioneiro romântico, como "Ouça", "Manhã de Carnaval", "Barquinho", "Meu Mundo Caiu", "Boni", "Chão de Estrelas", "Se Todos Fossem Iguais a Você" e outras, muitas outras jóias preciosas que o tempo não conseguiu ofuscar.
O especial "Simplesmente Maysa" foi feito com o maior carinho e por uma pessoa que conheceu a cantora melhor do que ninguém: seu filho Jayme Monjardim, que além da produção, é o responsável, também, pela direção do espetáculo. Gente de sensibilidade como Maysa, Ellis Regina, Vinícius, Cartola, Adoniran Barbosa e Altemar Dutra, entre outros, não morre jamais: vira estrela no firmamento da nossa saudade...
(Coluna escrita por mim, sem assinar, publicada na página 22, editoria TEVÊ, do Correio Popular, em 21 de janeiro de 1984).
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
RELEMBRE MAYSA NA REDE BANDEIRANTES
Para os amantes da boa música, especialmente aqueles quarentões, a data de amanhã traz uma lembrança nada boa. É que há exatamente 7 anos, em 22 de janeiro de 1977, o Brasil perdia, num desastre automobilístico ocorrido na Ponte Rio-Niterói, uma de suas melhores cantoras: Maysa Monjardim Matarazzo.
Alma extremamente sensível, foi co-autora de várias músicas, convencionadas como sendo de "fossa", de "dor de cotovelo", ou seja, aquelas que transmitem uma dose acentuada de melancolia, de tristeza motivada na maior parte das vezes pela perda de um grande amor. Maysa mexia com a gente. Suas canções não eram como a maioria das atuais, tipo "prêt-à-porter", isto é, que se consomem e são jogadas fora. Tinham mensagem. Conduziam à reflexão. Atingiam a nossa sensibilidade.
Este preâmbulo, um tanto extenso, é para lembrar que hoje, às 20 horas, a Rede Bandeirantes presta uma justa homenagem a essa figuraz importante da nossa música popular, com a apresentação do especial "Simplesmente Maysa". O programa nasceu de um volumoso arquivo sobre a cantora, constante de dez horas de filmes, centenas de textos e mais de duas mil fotos.
Todo esse material foi condensado, para que o telespectador mais jovem pudesse conhecer (e o mais velho, relembrar) os aspectos mais importantes de sua fascinante personalidade. Além de todo esse rico material, a Bandeirantes ainda convidou pessoas que tiveram algum tipo de influência na carreira da cantora. Como Roberto Corte Real, que foi quem a lançou na vida artística, Júlio Medaglia, parceiro de sua última composição, "Nós", Sílvio Caldas, o "Caboclinho Querido", seu grande companheiro e o compositor Ronaldo Bôscoli, amigo pessoal de Maysa. Todo esse pessoal fala da carreira da artista e relembra fatos pitorescos da sua vida e de sua personalidade.
Bôscoli, por exemplo, lembra quando ela pousou, pilotando um helicóptero, num bar na Barra da Tijuca, onde ele bebia com amigos. Maysa era assim: impulsiva, sincera, franca e profundamente sensível.
Do ponto de vista puramente musical, o telespectador poderá recordar sucessos inesquecíveis, hoje verdadeiros clássicos do nosso cancioneiro romântico, como "Ouça", "Manhã de Carnaval", "Barquinho", "Meu Mundo Caiu", "Boni", "Chão de Estrelas", "Se Todos Fossem Iguais a Você" e outras, muitas outras jóias preciosas que o tempo não conseguiu ofuscar.
O especial "Simplesmente Maysa" foi feito com o maior carinho e por uma pessoa que conheceu a cantora melhor do que ninguém: seu filho Jayme Monjardim, que além da produção, é o responsável, também, pela direção do espetáculo. Gente de sensibilidade como Maysa, Ellis Regina, Vinícius, Cartola, Adoniran Barbosa e Altemar Dutra, entre outros, não morre jamais: vira estrela no firmamento da nossa saudade...
(Coluna escrita por mim, sem assinar, publicada na página 22, editoria TEVÊ, do Correio Popular, em 21 de janeiro de 1984).
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