Thursday, March 22, 2012







Angustiante busca

Pedro J. Bondaczuk

Cântico profano. Coral de querubins...
Versos agrestes, acentos bárbaros,
harmonias e dissonâncias no ar.

Canções antigas, sons de inquietação,
embalos, trumpetes, improvisações,
blues rascantes, de compassos livres,
lamentos, hosanas, alucinações.

Mãos profanas, traçando itinerários
de luz e de sombras, em furta-cor.
Linhas assimétricas, confusos traços,
retratos borrados de incertezas,
de vacilos, de temores, de indecisão
e de estranhas, ingênuas singelezas.

Versos profanos, bárbaros, idealistas
marcados por múltiplas influências
de centenas de consagrados artistas,
rútilos, ou foscos, ou com iridiscências.

Estrofes duras, repletas de arranjos,
imagens de Byron e de Paul Verlaine
com pitadinhas de Augusto dos Anjos.

Arte profana, imoral verborragia,
composta, espalhada, solta a esmo,
bússola avariada, bárbara poesia,
caminho perdido, busca de mim mesmo.

(Poema composto em São Caetano do Sul em 19 de novembro de 1963).

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