Impacto
Pedro J. Bondaczuk
Que violento, rude impacto
se deu no insólito encontro
de hoje com meu bonachão
e familiar fantasma!
A ampulheta do tempo
despencou e avariou-se.
Sua areia, incontinenti,
quase toda se escoou...
E os amores revividos,
as ilusões de antanho,
os bons momentos de cisma,
o tédio, o ciúme e a ira,
e os ingênuos ideais,
se desmaterializaram...
Jazem perdidos no tempo,
inúteis, feios fantasmas...
Cada momento que rola,
cada segundo que escoa
cada grãozinho de areia
da avariada ampulheta
acrescentam-se à estrutura
do meu insólito ser.
Um dia – fortuito dia –
cada peça da figura
efêmera e vazia
e vaidosa que sou,
não passará de poeira!
Dar-se-á, nessa ocasião,
o amálgama, a fusão
do que então eu serei
com aquilo que hoje eu sou
e o que um dia já fui!
(Poema composto em Campinas, em 14 de junho de 1968).
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
Pedro J. Bondaczuk
Que violento, rude impacto
se deu no insólito encontro
de hoje com meu bonachão
e familiar fantasma!
A ampulheta do tempo
despencou e avariou-se.
Sua areia, incontinenti,
quase toda se escoou...
E os amores revividos,
as ilusões de antanho,
os bons momentos de cisma,
o tédio, o ciúme e a ira,
e os ingênuos ideais,
se desmaterializaram...
Jazem perdidos no tempo,
inúteis, feios fantasmas...
Cada momento que rola,
cada segundo que escoa
cada grãozinho de areia
da avariada ampulheta
acrescentam-se à estrutura
do meu insólito ser.
Um dia – fortuito dia –
cada peça da figura
efêmera e vazia
e vaidosa que sou,
não passará de poeira!
Dar-se-á, nessa ocasião,
o amálgama, a fusão
do que então eu serei
com aquilo que hoje eu sou
e o que um dia já fui!
(Poema composto em Campinas, em 14 de junho de 1968).
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