Tuesday, March 27, 2012







Investigações do Mossad apontam para o Irã


Pedro J. Bondaczuk


A explosão do carro-bomba ocorrida em 18 de julho passado, em frente ao prédio de sete andares da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em Buenos Aires, foi o mais sangrento atentado terrorista contra uma entidade judia já praticado na América Latina. Superou, em muito, em número de vítimas, o de 1992, também na capital argentina, contra a embaixada israelense.

Naquela oportunidade, os mortos foram 29, com mais de 150 feridos. À ação do mês passado, seguiu-se a queda de um avião no Panamá, em 19 de julho, com 21 mortes, que as autoridades panamenhas atribuem à explosão de uma bomba a bordo. Os passageiros eram empresários judeus. O ataque à sede da Amia matou 96 pessoas, feriu 250 e deixou 10 desaparecidas, provavelmente mortas também.

Investigações realizadas pelo serviço secreto israelense, o Mossad, em conjunto com a Polícia Federal argentina e a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), apontam na direção do Irã. Três iranianos foram presos, como suspeitos de terem organizado --- junto com neonazistas argentinos --- o atentado de 18 de julho e estão sendo investigados, embora um grupo islâmico do Sul do Líbano, dissidente do Hezbollah (Partido de Deus), tivesse assumido a autoria da explosão.

Os extremistas, entre os quais uma mulher, teriam sua base no Brasil e já estavam na mira do serviço secreto paraguaio, que conseguiu evitar um ato terrorista planejado para ocorrer em Assunção.

(Artigo publicado na página 1, do Caderno Cidades, do Correio Popular, em 3 de agosto de 1994, como parte da matéria "Judeus de Campinas pedem proteção à PM").

Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk

No comments: