Wednesday, July 21, 2010




Rubem Braga, o guru de todos os cronistas, tem uma passagem reveladora a respeito da infância. Afirma, em trecho da crônica "O sino de ouro", publicada no livro "A Borboleta Amarela": "...Cada um de nós quando criança tem dentro da alma seu sino de ouro que depois, por nossa culpa e miséria e pecado e corrupção, vai virando ferro e chumbo, vai virando pedra e terra e lama e podridão". É a isso que chamo de perda da inocência. Mas seria ruim essa transformação? Não seria mais seguro, prudente e racional pisar o solo da realidade, enfrentar cara-a-cara os perigos e as frustrações, correr atrás somente do que seja factível, desenvolver nosso potencial até seu real limite, sem extrapolar além das nossas possibilidades? Entendo que sim. Particularmente, amo e valorizo toda a minha vida. Se fosse possível, gostaria de ser eterno, com todos os problemas que essa eternidade viesse eventualmente a trazer.

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