Que sonhos sirvam de tema para poesias, é compreensível, já que são, em si, verdadeiras metáforas. Mas compará-los a um poema é heresia. Essa pintura de um quadro, essa projeção de uma visão, essa reprodução de um desejo, esse registro de um estado emocional feito apenas com palavras, são atos, sobretudo, inteligentes. Mais do que isso: sublimes. Para praticá-los é necessário contar com um talento, com um dom, com uma aptidão divina, ao contrário das divagações de um cérebro sem o controle do consciente. Nesse aspecto, estou com Fernando Pessoa, que afirma: "Não pondero sonhos; não me sinto inspirado: deliro". A poesia é isso: delírio. E os sonhos? Mistério!
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