Monday, November 30, 2009




Junqueira Freire tem um poema extraordinário sobre a ilusão. O poeta diz, na última estrofe: "Iludimo-nos todos! Concebemos/um paraíso eterno:/e quando nele sôfregos tocamos,/achamos um inferno". Estes mundos artificiais criados pela nossa fantasia tanto podem consistir em fortuna, prestígio ou poder, quanto em coisas mais íntimas e sutis, como um cargo, uma honraria ou até mesmo um casamento. Quem já não ouviu por aí (ou também não achou isso em algum período da sua vida) a afirmação: "não posso viver sem fulana ou fulano?" Acontece que pode. Todos podem viver sem todos. Às vezes, essa mesma pessoa, depois de cinco, dez ou vinte anos de desgaste conjugal (quando não de meros dias), percebe a besteira que fez. Se for sensata, vai buscar simplesmente a separação, sem maiores conflitos. Se for de índole violenta...Os jornais estampam todos os dias tragédias ocorridas em lares destruídos.

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