O medo, que na definição de Emílio Mira y Lopez é um dos "quatro gigantes da alma" (ao lado da ira, do amor e do dever), quando físico e na dosagem correta, é um dos mais eficazes mecanismos de proteção do homem. É instintivo e protetor. Impede, por exemplo, que uma pessoa salte sem pára-quedas de grandes alturas, ou que coloque a mão no fogo e sofra queimaduras profundas, ou que enfrente com as mãos desarmadas uma fera selvagem. Em sua intensidade máxima, é conhecido como terror. Aí, torna-se nocivo. Tende a ficar incontrolável e deixa de proteger o indivíduo, para se transformar em agudo risco. Mas há outra espécie de medo que é sempre negativa, por inibir o que temos de melhor: a criatividade. É o de assumir responsabilidades, de se expor, de produzir obras novas, de explorar campos desconhecidos em busca de novidades e, em última análise, de viver em sentido pleno.
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