O intelectual, principalmente se for um artista, é, geralmente, um sujeito extremamente vaidoso e por isso bastante sensível às críticas. Aliás, nem é necessário ostentar essa condição especial. Pessoa alguma, mesmo que seja um poço de mediocridade, gosta de ser criticada. Todos temos noção das nossas limitações, sejam de que natureza forem, e procuramos preservar essas vulnerabilidades do olhar indiscreto do público. Fazemos de tudo para que elas não sejam fatores que nos façam resvalar para o ridículo. Mesmo sabendo, em seu íntimo, que determinado texto – em verso ou prosa – está distante da perfeição que tanto busca, o intelectual não aceita que outros o digam. Alguns sequer admitem que cometem falhas. Julgam-se – ou apenas dão a entender que se julgam – perfeitos. Dessa maneira, afogam um talento, muitas vezes no nascedouro, em virtude de um amor próprio exacerbado.
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