Apregoa-se, a todo o momento, em especial nas artes, (colocando-a como um dogma), a "modernidade". E o que é ser moderno? Cada pessoa tem uma definição para esse conceito (bastante vago), de acordo com o seu grau cultural e sua formação. "Ah, é ser novo", dizem alguns. "É ser jovem", asseguram outros, como se a juventude fosse eterna e se constituísse em virtude, e não em mera condição biológica, que, por conseqüência, é transitória. Prefiro a forma de encará-la de Carlos Drummond de Andrade. Para o poeta – que mesmo depois de morto jamais perdeu a modernidade – melhor é ser "eterno". Como Virgílio. Como Píndaro. Como Ovídio. O que há de arcaico, de ultrapassado, de imprestável nestes gênios clássicos? Qual o garoto de hoje, (supostamente "moderno") consegue expressar as delícias e sofrimentos do amor com maior ternura, malícia, picardia e beleza do que esses escritores antigos, antiqüíssimos, anteriores ao nascimento de Cristo? Qual?
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