Pedro J. Bondaczuk
Retine, na parede bolorenta,
da casa abandonada, escura e fria,
uma canção nova, que a alenta,
suave, mas cheia de nostalgia.
Bárbara canção! Nela mal se assenta.
É rude, é isenta de ternura,
é áspera, selvagem, violenta,
caótica, sintoma de loucura.
Ah, pobre coração apaixonado!
Jamais você voltará a gozar
este sentimento abençoado
de, sendo amado, por sua vez amar.
O seu canto, desesperado e louco,
é como o canto de um cisne já rouco
que, pressentido a iminência da morte,
proclama, aos quatro ventos, bem forte,
que o desencanto, desespero e dor
são campas, túmulos do seu amor.
Retine, na parede bolorenta,
da alma dolorida, escura e fria,
rude canção, que não a acalenta,
e a deprime...com tanta nostalgia...
(Poema composto em São Caetano do Sul, em 30 de março de 1964).
Retine, na parede bolorenta,
da casa abandonada, escura e fria,
uma canção nova, que a alenta,
suave, mas cheia de nostalgia.
Bárbara canção! Nela mal se assenta.
É rude, é isenta de ternura,
é áspera, selvagem, violenta,
caótica, sintoma de loucura.
Ah, pobre coração apaixonado!
Jamais você voltará a gozar
este sentimento abençoado
de, sendo amado, por sua vez amar.
O seu canto, desesperado e louco,
é como o canto de um cisne já rouco
que, pressentido a iminência da morte,
proclama, aos quatro ventos, bem forte,
que o desencanto, desespero e dor
são campas, túmulos do seu amor.
Retine, na parede bolorenta,
da alma dolorida, escura e fria,
rude canção, que não a acalenta,
e a deprime...com tanta nostalgia...
(Poema composto em São Caetano do Sul, em 30 de março de 1964).
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