Há pessoas com mania de proselitismo, que tentam “fazer a cabeça” dos outros, sem que tenham a própria cabeça feita. Apregoam crenças em que não crêem, religiões que não professam e receitam fórmulas mágicas de amor e felicidade, embora não amem e sejam infelizes. Todos, alguma vez, certamente já cruzamos com alguém assim. Antes de saírem por aí, fazendo pregações, deveriam cuidar dos próprios pensamentos e sentimentos. Jorge de Lima escreve sobre esse tipo no soneto “O acendedor de lampiões”, que encerra com estes magníficos tercetos: “Triste ironia que o senso humano irrita./Ele (o acendedor de lampiões de rua), que doura a noite e ilumina a cidade,/talvez não tenha luz na choupana que habita.//Tanta gente também nos outros insinua/crenças, religiões, amor, felicidade/como este acendedor de lampiões de rua!”. A observação entre parêntesis não é do autor, mas minha.
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