Pedro J. Bondaczuk
O mundo carece, mais do que nunca, neste início de milênio, de pessoas absolutamente justas, que respeitem os direitos alheios às últimas conseqüências, reconheçam os méritos dos que os têm, se disponham a ajudar os que necessitam (quer no plano material, quer, e principalmente, no psicológico e espiritual) e que simbolizem e dignifiquem o que o homem tem de mais lúcido, valioso e nobre.
Existem seres humanos assim? Jorge Luiz Borges achava que sim (e eu também acho). Ocorre que são como grãos de areia num vasto areal; gotas de água num imenso oceano de egoísmo, violência e injustiças; isoladas estrelas em meio a bilhões de galáxias. Muitas vezes, topamos com eles e sequer os reconhecemos. Não que suas virtudes não saltem aos olhos. Nossa crônica (e justificada) desconfiança é que nos impede de os reconhecer, valorizar e imitar.
Os exemplos que temos, no cotidiano, desde a infância à nossa velhice, são, exatamente, opostos às suas desejáveis virtudes, entre as quais, uma das principais é a discrição. Eles não saem por aí apregoando seus méritos. Agem, em vez de falar. E suas ações eficazes impedem que o mundo, cheio de tantas desgraças, patifarias e contradições, seja ainda pior.
Li, recentemente, matéria, no site UOL, que me deixou pasmo e ao mesmo tempo revoltadíssimo e desanimado com as pessoas e, sobretudo, com esta geração. Trata-se de estimativa, divulgada pelo Banco Mundial (BIRD), de que a corrupção consome, a cada ano, a “bagatela” de mais de US$ 1 trilhão! Ou seja, uma fortuna que supera o Produto Interno Bruto (PIB) de praticamente todos os países do mundo, exceção dos EUA, China, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França e Itália e que, praticamente, se iguala ao do Brasil. Barbaridade! Isso é que é roubo, para ladrão algum botar defeito!
E isso ocorre todos os anos, com ligeiras variações (sempre para mais, claro). Infelizmente, neste caso, o crime compensa (e como!). O mais revoltante de tudo é que esses cínicos e insensíveis ladrões andam impunes por aí, arrotando escandalosa arrogância, passando-se por defensores da moral e dos bons costumes e exibindo uma riqueza que não lhes é devida, fruto que é de um crime (ou de vários, para ser mais exato).
Caso algum jornalista os identifique, e divulgue seus nomes, mesmo que apresente provas, estará frito! Se verá às voltas com toneladas de processos de injúria, calúnia e difamação, acolhidos por juízes venais e corruptos que não honram suas togas, isto se não for “eliminado” antes por algum matador profissional, a soldo desses pilantras. Eu é que não entro nessa. Afinal... prefiro ser um covarde vivo...
O BIRD chegou a esses números astronômicos, a essa revoltante constatação, a essa mega-patifaria após avaliar dados econômicos de mais de 200 países. Claro que essa é apenas a ínfima ponta visível de um iceberg. O verdadeiro montante do prejuízo que a corrupção traz para a saúde, para a educação, para os transportes etc.etc.etc. nunca será completamente apurado. Afinal, bandido que se preze não deixa vestígios que os incriminem de seus roubos contumazes.
As formas mais comuns que esses celerados, esses assaltantes engravatados se utilizam, para lesar as respectivas sociedades nacionais (longe, contudo, de serem as únicas) são os esquemas de superfaturamento de projetos públicos, geralmente supérfluos e/ou desnecessários (como pontes que ligam o nada a lugar algum, por exemplo) e pagamentos de propinas a servidores venais, canalhas e traidores contumazes da confiança que os que os contrataram (quando não são seus cúmplices) neles depositaram e depositam.
Matérias, como essa, querido leitor, me dão nojo, reviram-me o estômago, deixam-me doente! É por causa dessas bandalheiras que não acreditamos em nada e ninguém, muito menos na existência desses varões probos e irrepreensíveis que, no entanto, certamente existem. Devem existir! Têm que existir!
As palavras exatas de Borges (que, desconfio, foi uma dessas pessoas exemplares, embora, invariavelmente, talvez por genuína modéstia, procurasse demonstrar o contrário), são: “Não há geração sem quatro homens retos, que secretamente sustentam o universo e o justificam diante do Senhor. Um desses varões teria sido o juiz mais idôneo. Mas, onde encontrá-los, se andam perdidos e anônimos pelo mundo, e não se reconhecem quando se vêem, e nem eles mesmos sabem do alto ministério que cumprem?”
Sim, querido leitor, como encontrar esses quatro justos da nossa geração, entre 6,7 bilhões de habitantes do mundo, que, além de tudo, não param de se multiplicar, como ratos, como baratas, como ervas daninhas?! O que são quatro, face a tamanha multidão?! São ou não são como grãos de areia num vasto e interminável areal; como quatro gotas de água num oceano mais vasto do que o Pacífico ou como dois pares de estrelas entre bilhões de galáxias do universo?! Mas, apesar de tudo, existem...
O mundo carece, mais do que nunca, neste início de milênio, de pessoas absolutamente justas, que respeitem os direitos alheios às últimas conseqüências, reconheçam os méritos dos que os têm, se disponham a ajudar os que necessitam (quer no plano material, quer, e principalmente, no psicológico e espiritual) e que simbolizem e dignifiquem o que o homem tem de mais lúcido, valioso e nobre.
Existem seres humanos assim? Jorge Luiz Borges achava que sim (e eu também acho). Ocorre que são como grãos de areia num vasto areal; gotas de água num imenso oceano de egoísmo, violência e injustiças; isoladas estrelas em meio a bilhões de galáxias. Muitas vezes, topamos com eles e sequer os reconhecemos. Não que suas virtudes não saltem aos olhos. Nossa crônica (e justificada) desconfiança é que nos impede de os reconhecer, valorizar e imitar.
Os exemplos que temos, no cotidiano, desde a infância à nossa velhice, são, exatamente, opostos às suas desejáveis virtudes, entre as quais, uma das principais é a discrição. Eles não saem por aí apregoando seus méritos. Agem, em vez de falar. E suas ações eficazes impedem que o mundo, cheio de tantas desgraças, patifarias e contradições, seja ainda pior.
Li, recentemente, matéria, no site UOL, que me deixou pasmo e ao mesmo tempo revoltadíssimo e desanimado com as pessoas e, sobretudo, com esta geração. Trata-se de estimativa, divulgada pelo Banco Mundial (BIRD), de que a corrupção consome, a cada ano, a “bagatela” de mais de US$ 1 trilhão! Ou seja, uma fortuna que supera o Produto Interno Bruto (PIB) de praticamente todos os países do mundo, exceção dos EUA, China, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França e Itália e que, praticamente, se iguala ao do Brasil. Barbaridade! Isso é que é roubo, para ladrão algum botar defeito!
E isso ocorre todos os anos, com ligeiras variações (sempre para mais, claro). Infelizmente, neste caso, o crime compensa (e como!). O mais revoltante de tudo é que esses cínicos e insensíveis ladrões andam impunes por aí, arrotando escandalosa arrogância, passando-se por defensores da moral e dos bons costumes e exibindo uma riqueza que não lhes é devida, fruto que é de um crime (ou de vários, para ser mais exato).
Caso algum jornalista os identifique, e divulgue seus nomes, mesmo que apresente provas, estará frito! Se verá às voltas com toneladas de processos de injúria, calúnia e difamação, acolhidos por juízes venais e corruptos que não honram suas togas, isto se não for “eliminado” antes por algum matador profissional, a soldo desses pilantras. Eu é que não entro nessa. Afinal... prefiro ser um covarde vivo...
O BIRD chegou a esses números astronômicos, a essa revoltante constatação, a essa mega-patifaria após avaliar dados econômicos de mais de 200 países. Claro que essa é apenas a ínfima ponta visível de um iceberg. O verdadeiro montante do prejuízo que a corrupção traz para a saúde, para a educação, para os transportes etc.etc.etc. nunca será completamente apurado. Afinal, bandido que se preze não deixa vestígios que os incriminem de seus roubos contumazes.
As formas mais comuns que esses celerados, esses assaltantes engravatados se utilizam, para lesar as respectivas sociedades nacionais (longe, contudo, de serem as únicas) são os esquemas de superfaturamento de projetos públicos, geralmente supérfluos e/ou desnecessários (como pontes que ligam o nada a lugar algum, por exemplo) e pagamentos de propinas a servidores venais, canalhas e traidores contumazes da confiança que os que os contrataram (quando não são seus cúmplices) neles depositaram e depositam.
Matérias, como essa, querido leitor, me dão nojo, reviram-me o estômago, deixam-me doente! É por causa dessas bandalheiras que não acreditamos em nada e ninguém, muito menos na existência desses varões probos e irrepreensíveis que, no entanto, certamente existem. Devem existir! Têm que existir!
As palavras exatas de Borges (que, desconfio, foi uma dessas pessoas exemplares, embora, invariavelmente, talvez por genuína modéstia, procurasse demonstrar o contrário), são: “Não há geração sem quatro homens retos, que secretamente sustentam o universo e o justificam diante do Senhor. Um desses varões teria sido o juiz mais idôneo. Mas, onde encontrá-los, se andam perdidos e anônimos pelo mundo, e não se reconhecem quando se vêem, e nem eles mesmos sabem do alto ministério que cumprem?”
Sim, querido leitor, como encontrar esses quatro justos da nossa geração, entre 6,7 bilhões de habitantes do mundo, que, além de tudo, não param de se multiplicar, como ratos, como baratas, como ervas daninhas?! O que são quatro, face a tamanha multidão?! São ou não são como grãos de areia num vasto e interminável areal; como quatro gotas de água num oceano mais vasto do que o Pacífico ou como dois pares de estrelas entre bilhões de galáxias do universo?! Mas, apesar de tudo, existem...
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