Thursday, October 30, 2008

REFLEXÃO DO DIA


O tempo cobra-nos duro preço, em termos de desgastes, principalmente físicos. Olhamo-nos, todos os dias, no espelho, e não notamos as mudanças que ocorrem em nosso rosto. Hoje, uma ruga, amanhã, um cabelo branco, depois, um início de calvície, mas passamos batidos de cada transformação. Subitamente, certo dia, assim, de repente, sem sabermos porque, notamos, assustados, de uma só vez, essa sucessão de desgastes. E, ao analisarmos nossas idéias e sentimentos, percebemos que também não são iguais aos de alguns anos atrás. Não mais nos reconhecemos. Descobrimos que somos outros! Isso, porém, não deve nos preocupar, se as mudanças, pelo menos no plano mental, forem para melhor. Mas... e se não forem? O poeta Jorge Castañeda tratou com maestria deste assunto no poema “Retorno”, que conclui com estes versos: “Retorno,/tantos anos de vagares/desfiguraram meu rosto;/já não sou mais o de antes;/Deus meu, sou outro!”.

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