A natureza é caprichosa, mas sábia. Dota-nos do essencial para a vida – como o andar, falar, comer, sonhar, se deslumbrar, temer etc.etc.etc. – na mais tenra infância. A maior parte do que aprendemos depois é, senão supérfluo, indesejável e, não raro, nocivo. Com o passar dos anos, vamos deixando pelo caminho sonhos, fantasias e ideais de menino, trocando-os por valores que, de fato, nada valem. Perdemos a inocência e, como Adão no Paraíso após desobedecer a Deus, constatamos que “estamos nus”. Quem consegue conservar, em essência, no fundo da alma, a criança que um dia foi, se torna ou um líder, ou um revolucionário, ou um santo, ou um grande artista. Quem não tem essa prudência... Tem que se contentar em ser apenas mais um, dos tantos seres humanos que povoam o planeta, sem nada que o distinga. Victor Hugo constatou a respeito: “O grande artista é um grande homem numa grande criança”.
No comments:
Post a Comment