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Há moralistas que pregam que o conformismo é uma virtude. Que quando não podemos modificar determinada situação, nitidamente ruim, devemos nos conformar com ela, nos adaptar e tocar a vida. Se as coisas fossem assim, o homem ainda estaria vivendo nas cavernas, se alimentando da caça e dos frutos que colhia, a mercê do acaso e dos elementos. O inconformismo é marca registrada de heróis e santos, de artistas e cientistas. Claro que em algumas coisas, não essenciais, devemos nos conformar, para sermos felizes. Por exemplo, se não temos riquezas, isso não deve nos desesperar, desde que tenhamos o suficiente para viver. Afinal, que valor intrínseco têm essas bugigangas, pelas quais muitos empenham a vida? Orson Welles nos lembra: “Os santos e os artistas não se evidenciam na história pelo seu conformismo e é um fato evidente, mas esquecido, de que não existe arte ou artista domado, dominado ou posto de quatro”.
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