Sunday, October 26, 2008

REFLEXÃO DO DIA


Há momentos na vida em que temos premente necessidade de isolamento. Em que temos que fugir do burburinho das grandes cidades, ruidosas, enfumaçadas, caóticas e violentas, para ordenarmos pensamentos e sentimentos. Precisamos ficar sós para nos reorientar. Mas ir para onde? Para o campo? Para uma praia deserta? Para o cume do Himalaia? Podem, até, ser bons lugares, mas nem sempre temos recursos para essas estratégicas escapadas. Não há, contudo, melhor lugar para ir do que o nosso próprio interior. Quem desenvolve a capacidade de se abstrair e de estar consigo, embora no meio de uma grande multidão, leva imensa vantagem sobre quem não desenvolveu essa aptidão. Não teme os seus fantasmas e valoriza o que é e que já viveu. O poeta Hélio Soares Pereira conclui seu poema “Fugir” com estes versos: “Fugir para dentro de mim/é libertar-me em gestos crescentes/de amor e memória”. E não é?!

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