Há momentos em que nos sentimos deslocados no mundo, como se não fôssemos deste lugar. Sentimo-nos como se estivéssemos em um planeta estranho, exilados do nosso local de origem. Quem sabe, não somos, de fato, “estrangeiros” por aqui? A vida é tão maravilhosa, todavia há tanto sofrimento, tanta insensatez, tanta violência e injustiça ao nosso redor que concluímos que ela não é compreendida pela maioria, em sua essência e grandeza. Compete-nos a tarefa, quem sabe inútil, de esclarecer as pessoas. É o que filósofos, poetas, escritores e mestres vêm fazendo desde os primórdios da civilização, com poucos resultados. A poetisa Helen Kolody chega à mesma conclusão sobre a tarefa desses arautos da consciência, nestes expressivos versos do seu poema “Exilados”, que dizem: “Ensimesmados,/olham a vida/como exilados/fitando o mar.//Não estão no mundo/como quem o habita./Estão de visita/num planeta estranho”.
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