Tudo o que se faz na vida gera algum efeito. Nada, absolutamente nada passa incólume. Às vezes, é verdade, os atos são imperceptíveis e ficam assim para sempre. O efeito gerado é ínfimo e quem os praticou se conforma em não ser identificado. Às vezes, as ações tardam a ser percebidas e o autor, igualmente, permanece incógnito. Às vezes, a percepção é imediata, mas as conseqüências é que são imperceptíveis. E às vezes, os atos (bons ou ruins) são percebidos de imediato e premiados ou punidos, de acordo com sua natureza, sem tardança. São os rastros, as marcas, os vestígios de nossa existência que deixamos nos caminhos do tempo. Cecília Meirelles ilustra essa situação com estes versos que encerram o poema “4º motivo da rosa”: “Eu deixo aroma até nos meus espinhos/ ao longe o vento, o vento vai falando de mim// E por perder-me é que vão me lembrando,/por desfolhar-me é que não tenho fim”.
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