Pedro J. Bondaczuk
Tempos confusos
e conturbados,
em que autômatos,
insensíveis, brincam
de fingir racionalidade.
Sinistra hidra,
sanguinária ameaça,
implicitamente, toda
a presente geração.
Tempos de Kruschev,
que brande o sapato
no fórum inconseqüente,
a esconder mísseis
nucleares nas montanhas
selvagens de Cuba.
Tempos de Kennedy,
jogando pôquer com a morte,
arrotando blefes, em tolo
heroísmo, insensato desafio.
Porém autômatos insensíveis
brincam de fingir
que são racionais.
Fortunas mudam de mãos.
A fome dizima multidões.
Potências jogam xadrez,
em imenso tabuleiro,
em monótonas batalhas verbais
da incandescente Guerra Fria.
Hemmingway dá cabo da vida,
com um tiro na boca,
só para espantar o tédio
existencial e o vazio
de factíveis ideais.
Mao, deificado, proclama
"Delenda Cartago!"
e dispara ideológicos
bólidos, de seu livrinho
hipnótico, contra
a tradicional cultura.
Vazio emocional. Futuro
nebuloso e distorcido
nestes tempos confusos
e conturbados,
em que autômatos,
insensíveis, brincam
de fingir racionalidade.
(Poema composto em São Caetano do Sul, em 7 de dezembro de 1962).
Tempos confusos
e conturbados,
em que autômatos,
insensíveis, brincam
de fingir racionalidade.
Sinistra hidra,
sanguinária ameaça,
implicitamente, toda
a presente geração.
Tempos de Kruschev,
que brande o sapato
no fórum inconseqüente,
a esconder mísseis
nucleares nas montanhas
selvagens de Cuba.
Tempos de Kennedy,
jogando pôquer com a morte,
arrotando blefes, em tolo
heroísmo, insensato desafio.
Porém autômatos insensíveis
brincam de fingir
que são racionais.
Fortunas mudam de mãos.
A fome dizima multidões.
Potências jogam xadrez,
em imenso tabuleiro,
em monótonas batalhas verbais
da incandescente Guerra Fria.
Hemmingway dá cabo da vida,
com um tiro na boca,
só para espantar o tédio
existencial e o vazio
de factíveis ideais.
Mao, deificado, proclama
"Delenda Cartago!"
e dispara ideológicos
bólidos, de seu livrinho
hipnótico, contra
a tradicional cultura.
Vazio emocional. Futuro
nebuloso e distorcido
nestes tempos confusos
e conturbados,
em que autômatos,
insensíveis, brincam
de fingir racionalidade.
(Poema composto em São Caetano do Sul, em 7 de dezembro de 1962).
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