A poesia, para ser válida e gerar os efeitos pretendidos, tem que ser uma coisa viva. Precisa pulsar, ser ágil, nervosa, vibrante. Manoel Bandeira escreveu acerca da sua forma de expressão: “Meu verso é sangue. Volúpia ardente./Tristeza esparsa...remorso vão/dói-me nas veias. Amargo e quente,/ cai, gota a gota, do coração”. Paulo Mendes Campos escreveu, numa de suas últimas crônicas, que “o poeta não se serve das palavras, é seu servidor”. E deve, mediante este frágil instrumento de comunicação, criar beleza, despertar ternura, produzir encantamento e delírio, até. Assim deve ser o poeta, este mágico que retém em versos um pôr-do-sol, eterniza instantes fugazes, transformados em jóias e colhe lírios da mais imaculada brancura mesmo nos pântanos mais lodosos e assustadores das paixões e dos sentimentos do bicho homem.
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