Pedro J. Bondaczuk
A data aceita pela maioria dos historiadores como sendo a da fundação de Campinas é 14 de julho de 1794, quando da inauguração da tosca capela, coberta de sapé, no local onde hoje se situa o monumento de Carlos Gomes, no centro da cidade. Alguns anos antes, no entanto, a região já era conhecida pelos bandeirantes, pois por ela passavam as trilhas de tropeiros que se dirigiam rumo às decantadas minas de ouro de Goiás. Havia pelo menos quatro pousadas na área, onde os viajantes paravam para descansar, se alimentar e dar comida aos animais, antes de seguirem viagem --- de ida, para o Centro Oeste, ou de volta, rumo a São Paulo de Piratininga.
Mas a mata era fechada, com árvores enormes, algumas de vários metros de altura. Os donos das estalagens possuíam pequenas roças de milho, feijão e mandioca e criavam galinhas e porcos, suficientes apenas para abastecer, com muito custo, seus estabelecimentos. No mais, a região era um imenso "deserto verde". Pouquíssimas pessoas tinham a coragem de sequer se embrenhar pela floresta, para explorá-la, pois circulavam várias lendas de supostos monstros ou espíritos maléficos que a habitariam.
Foi em uma das passagens por essas bandas, de regresso de São Paulo, que o bandeirante Francisco Barreto Leme, que morava no Vale do Paraíba, em São Francisco das Chagas de Taubaté, se encantou com a terra roxa e as frondosas árvores da zona, habitada (conforme diziam) por indígenas hostis aos invasores brancos (e que se supunha tinha muita onça e pássaros exóticos). A região era, na ocasião, conhecida como Mato Grosso das Campinas de Jundiaí. Num raio de centenas de quilômetros não havia um único morador.
Barreto Leme, no entanto, decidiu fixar morada na zona, caracterizada por suaves colinas e cortada por um grande rio, o Atibaia, que se revelou farto em peixes. Retornou à sua cidade, vendeu tudo o que tinha, reuniu parentes e alguns amigos que conseguiu convencer a embarcar nessa aventura, e se mudou para cá, por volta de 1772.
O povoado cresceu depressa. Em dois anos, praticamente já chegava a trezentas pessoas, muitas das quais nascidas aqui. A terra fértil favoreceu boas colheitas e logo a notícia se espalhou por todo o Vale do Paraíba, atraindo novos interessados. Não tardou para ficar patente a necessidade de assistência religiosa aos colonos.
Os moradores, afinal, eram católicos fervorosos. Reivindicavam um padre, para fazer casamentos, batizados, dar extrema-unção aos moribundos, rezar missa aos domingos e dias santos, ministrar comunhão aos fiéis e, enfim, prestar toda a assistência espiritual à comunidade. Ergueram, pois, a tosca capela, consagrada a Nossa Senhora da Conceição, na esperança de que, dessa forma, o bispo de Jundiaí se sensibilizaria e enviaria um sacerdote para o novo assento. E foi o que aconteceu. Destacou-se um padre para o novo povoado, mas que tinha a incumbência de passar somente uma vez por mês pelo vilarejo.
A capela foi inaugurada, e consagrada com missa solene, em 14 de julho de 1794. Convencionou-se que essa data seria a de fundação de Campinas. O povoamento cresceu, desenvolveu-se populacional e economicamente, ganhou um padre residente, construíram-se igrejas maiores e melhores. Ganhou a condição de vila (batizada de São Carlos), elegeu sua própria câmara, o governador provincial Morgado de Mateus nomeou um administrador (espécie de prefeito) até que, em 1860, foi elevado a cidade, com o nome atual. E assim nasceu Campinas.
A data aceita pela maioria dos historiadores como sendo a da fundação de Campinas é 14 de julho de 1794, quando da inauguração da tosca capela, coberta de sapé, no local onde hoje se situa o monumento de Carlos Gomes, no centro da cidade. Alguns anos antes, no entanto, a região já era conhecida pelos bandeirantes, pois por ela passavam as trilhas de tropeiros que se dirigiam rumo às decantadas minas de ouro de Goiás. Havia pelo menos quatro pousadas na área, onde os viajantes paravam para descansar, se alimentar e dar comida aos animais, antes de seguirem viagem --- de ida, para o Centro Oeste, ou de volta, rumo a São Paulo de Piratininga.
Mas a mata era fechada, com árvores enormes, algumas de vários metros de altura. Os donos das estalagens possuíam pequenas roças de milho, feijão e mandioca e criavam galinhas e porcos, suficientes apenas para abastecer, com muito custo, seus estabelecimentos. No mais, a região era um imenso "deserto verde". Pouquíssimas pessoas tinham a coragem de sequer se embrenhar pela floresta, para explorá-la, pois circulavam várias lendas de supostos monstros ou espíritos maléficos que a habitariam.
Foi em uma das passagens por essas bandas, de regresso de São Paulo, que o bandeirante Francisco Barreto Leme, que morava no Vale do Paraíba, em São Francisco das Chagas de Taubaté, se encantou com a terra roxa e as frondosas árvores da zona, habitada (conforme diziam) por indígenas hostis aos invasores brancos (e que se supunha tinha muita onça e pássaros exóticos). A região era, na ocasião, conhecida como Mato Grosso das Campinas de Jundiaí. Num raio de centenas de quilômetros não havia um único morador.
Barreto Leme, no entanto, decidiu fixar morada na zona, caracterizada por suaves colinas e cortada por um grande rio, o Atibaia, que se revelou farto em peixes. Retornou à sua cidade, vendeu tudo o que tinha, reuniu parentes e alguns amigos que conseguiu convencer a embarcar nessa aventura, e se mudou para cá, por volta de 1772.
O povoado cresceu depressa. Em dois anos, praticamente já chegava a trezentas pessoas, muitas das quais nascidas aqui. A terra fértil favoreceu boas colheitas e logo a notícia se espalhou por todo o Vale do Paraíba, atraindo novos interessados. Não tardou para ficar patente a necessidade de assistência religiosa aos colonos.
Os moradores, afinal, eram católicos fervorosos. Reivindicavam um padre, para fazer casamentos, batizados, dar extrema-unção aos moribundos, rezar missa aos domingos e dias santos, ministrar comunhão aos fiéis e, enfim, prestar toda a assistência espiritual à comunidade. Ergueram, pois, a tosca capela, consagrada a Nossa Senhora da Conceição, na esperança de que, dessa forma, o bispo de Jundiaí se sensibilizaria e enviaria um sacerdote para o novo assento. E foi o que aconteceu. Destacou-se um padre para o novo povoado, mas que tinha a incumbência de passar somente uma vez por mês pelo vilarejo.
A capela foi inaugurada, e consagrada com missa solene, em 14 de julho de 1794. Convencionou-se que essa data seria a de fundação de Campinas. O povoamento cresceu, desenvolveu-se populacional e economicamente, ganhou um padre residente, construíram-se igrejas maiores e melhores. Ganhou a condição de vila (batizada de São Carlos), elegeu sua própria câmara, o governador provincial Morgado de Mateus nomeou um administrador (espécie de prefeito) até que, em 1860, foi elevado a cidade, com o nome atual. E assim nasceu Campinas.
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