Saturday, July 14, 2007

Calçada da vida


Pedro J. Bondaczuk

No aguardo do Bonde Esperança,
vagaroso e sempre atrasado,
vi a rosa, de tom azulado,
descorar e morrer. Sem tardança

decidi novos sonhos forjar,
fabricando uma outra ilusão,
com os pés bem colados ao chão
e a cabeça suspensa no ar...

O carrossel do tempo girou,
sepultando a ilusão perdida
e a flor morta e descolorida.

Ação do Tempo: nada restou!
Parado, na calçada da Vida,
não notei quando o bonde passou...


(Soneto publicado no jornal "O Município", de São João da Boa Vista, em 10 de julho de 1971).

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