Monday, June 28, 2010




O poeta Carlos Drummond de Andrade, num de seus poemas, expressou que seu desejo não era "ser moderno, mas eterno". Mal sabia que, em decorrência do bom uso do seu talento, já, àquela altura, havia atingido a pretendida eternidade. Não da forma como os místicos a entendem, como uma outra vida, incorpórea, ou como eventual reencarnação. Se isso existe, ou não, fica no terreno da fé, sem possibilidade alguma de comprovação. Mas todo homem tem uma chance – alguns, maior, outros, muitíssimo menor – de evitar a segunda morte. Aquela representada, não apenas pela extinção física, mas até da lembrança da sua passagem pela Terra, como ocorre com a maioria absoluta da humanidade. Raros, raríssimos indivíduos conseguem deixar alguma obra marcante, a ponto de sobreviver ao tempo e ao esquecimento. Mas nossa obrigação é tentar, tentar e tentar, sem esmorecer.

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